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sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Feliz Natal

domingo, 19 de dezembro de 2010

Você sabe o significado? Árvore de Natal, Presentes...

OS SAPATOS NA CHAMINÉ - Numa noite de Natal, os irmãos Crispim e Crispiniano fugiam aos perseguidores dos cristãos. Batiam a todas as portas, mas ninguém lhes deu abrigo. Foram finalmente acolhidos por uma pobre viúva que vivia com um filho. Contentes, pediram a Deus que recompensasse a generosidade da viuva. Crispim, que era sapateiro, viu a um canto, os tamancos velhos do rapazinho. Fez um par deles novos e colocou-os à beira da lareira, enquanto a viúva e o filho dormiam.

Quando estes acordaram, repararam que os hóspedes tinham desaparecido ena lareira estava um par de tamancos novos a transbordar de moedas de ouro. Esta é a lenda.

CARTÕES DE BOAS FESTAS - Henry Cole, o fundador do Museu Vitoria de Londres, aflito com imensos negócios, não conseguia tempo para escrever as tradicionais cartas de “Boas Festas”.

Era o Natal de 1843.Teve então uma ideia: os amigos receberiam apenas um cartão impresso. Para isso, chamou um pintor, Horsley, encarregando‑o de preparar os originais, que depois foram impressos. A principio a moda não pegou, pois não eram muito bonitos. Mas surgiram depois cartões natalínosmais bonitos, que conquistaram a simpatia geral.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Natal: «… paz na terra!»

«Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens por ele amados!» Desde que este hino ecoou, desde a noite em que os anjos o cantaram, muitas guerras, injustiças e actos de violência feriram a humanidade. A própria história do Natalé contada com um fundo trágico: o imperador Augusto pretendia fazer chegar a paz a todo o seu império, mas essa não era mais do que uma pseudo-paz, estabelecida à custa de inúmeras opressões.

Nestes dias de Natal, ainda me sinto marcado pelas palavras de uma jovem ruandesa, chamada Clarisse, que escutei há algumas semanas. Estávamos em Nairobi, no Quénia. Juntamente com as Igrejas dessa cidade, a nossa Comunidade tinha preparado um encontro de jovens para fins de Novembro. Era uma etapa africana da nossa «Peregrinação de Confiança através da Terra». Reuniram-se jovens de quinze países africanos. Clarisse pronunciou estas palavras: «Digam na Europa para que se reze pelos jovens do Ruanda. Lá, o desemprego faz devastações. E ainda há todos aqueles que, por causa dos sofrimentos vividos durante genocídio, já não conseguem acreditar em Deus, nem mesmo acreditar na vida.»

ADVENTO : PREGADOR DO PAPA E O CIENTIFICISMO ATEU

Raniero Cantalamessa pregador oficial da Casa Pontifical
"Quando olho para o teu céu, obra de tuas mãos, vejo a lua e as estrelas que criaste: Que coisa é o homem?" (Sal 8, 4-5)

A resposta cristã ao cientificismo ateu

1. A tese do cientificismo ateu

As três meditações deste Advento 2010 querem ser uma pequena contribuição à necessidade da Igreja que levou o Santo Padre Bento XVI a instituir o Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização e escolher este tema para a próxima Assembleia geral ordinária do Sínodo dos Bispos: Nova evangelizatio ad cristianam fidem tradendam - A nova evangelização para a transmissão da fé cristã.

A intenção é identificar alguns "nós" ou obstáculos que fazem muitos países de antiga tradição cristã "refratários" à mensagem do Evangelho, como diz o Santo Padre no Motu Proprio com o qual estabeleceu o novo Conselho [1]. Os "nós" ou os desafios que eu pretendo levar em consideração e aos quais eu gostaria de tentar dar uma resposta de fé são o cientificismo, o secularismo e o racionalismo. O apóstolo Paulo classifica esses desafios como "as muralhas e fortalezas que se levantam contra o conhecimento de Deus" (cf. 2 Cor 10:4).

Nesta primeira meditação examinemos o cientificismo. Para compreender o que se entende com este termo podemos começar pela descrição feita por João Paulo II:

"Outro perigo a ser considerado é o cientificismo. Esta concepção filosófica recusa-se a admitir, como válidas, formas de conhecimento distintas daquelas que são próprias das ciências positivas, relegando para o âmbito da pura imaginação tanto o conhecimento religioso e teológico, como o saber ético e estético." [2].

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

São necessárias novas linguagens para comunicar a fé, afirma Papa

Na audiência com os participantes da plenária do Conselho Pontifício para a Cultura


A Igreja deve buscar linguagens novas e criativas para comunicar ao homem de hoje a beleza da fé e da vida cristã.

Esta foi a mensagem de Bento XVI no último sábado, ao receber em audiência, no Vaticano, os participantes da assembleia plenária do Conselho Pontifício para a Cultura. Durante a plenária, foram repassados os diversos itinerários da comunicação,"desde a linguagem artística e musical à juvenil; do rito à rede informática e televisiva; das linguagens e dos 'ícones' virtuais aos sinais materiais; dos símbolos litúrgicos ao testemunho pessoal e existencial".

Por sua vez, o Papa destacou que a comunicação "é um dos aspectos cruciais do nosso mundo e de suas culturas".
Por isso, indicou, é tarefa do dicastério vaticano para a cultura "colocar-se à escuta dos homens e mulheres da nossa época, para promover novas ocasiões de anúncio do Evangelho".

sábado, 6 de novembro de 2010

32º DOMINGO COMUM (07.11.10)

Evangelho de Lucas 20, 27-38

“Deus não é Deus de mortos, mas de vivos”
Mais uma vez, a nossa leitura exige que a gente tenha alguma noção dos partidos político-religiosos do tempo de Jesus. Depois de termos encontrado “os Fariseus”, “os Escribas”, e “os Herodianos”, agora entram em cena “os Saduceus”! Para entender a controvérsia no texto, é imprescindível conhecer algo sobre este partido.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Não desista do amor

Eu sei que é difícil esperar
Mas Deus tem um tempo para agir e pra curar
Só é preciso confiar

Se a cruz lhe pesa
Não é para se entregar
Mas pra se aprender a amar
Como alguém que não desiste

A dor faz parte do cultivo desta fé
E só sabe o que se quer
Quem luta para conseguir ser feliz

Não desista do amor, não desista de amar
Não se entregue a dor, porque ela um dia vai passar
Se a cruz lhe pesou e quer se entregar
Tal como o Cirineu, Cristo vai lhe ajudar

______________________________________
Pe. Fábio de Melo
Composição: Pe. Fábio de Melo

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

+ Dom Aldo Pagotto - Vida e Eleições 2010

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Bento XVI incentiva oração do terço em outubro

Apresentamos a intervenção de Bento XVI antes de rezar a oração mariana do Ângelus neste domingo, em Palermo, após ter celebrado a Eucaristia junto a cerca de 200 mil peregrinos.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

O Segredo do cristão: A misericórdia de Deus, segundo papa Bento XVI

Neste domingo, dia 12 de setembro de 2010, por ocasião do Ângelus, ao comentar o evagelho do dia, Bento XVI assegurou que o segredo do cristão consiste não somente em reconhecer seu pecado, mas também em abrir-se à misericórdia de Deus.


Esta foi a mensagem que o Papa deixou aos peregrinos que lotavam o pátio da residência pontifícia de Castel Gandolfo, ao meio-dia de hoje, para rezar com ele a oração mariana do Ângelus e escutar suas palavras de comentário ao Evangelho de hoje, no qual Jesus apresenta as três "parábolas da misericórdia" de Deus.

Quando "fala, nas suas parábolas, do pastor que vai atrás da ovelha perdida, da mulher que procura a dracma, do pai que sai ao encontro do filho pródigo e o abraça, não se trata apenas de palavras, mas constituem a explicação do seu próprio ser e agir", reconheceu o Pontífice, citando um dos temas centrais do seu pontificado, o amor de Deus, exposto em sua encíclica Deus caritas est.


terça-feira, 17 de agosto de 2010

Leigos, na cidade dos homens, construtores da cidade de Deus

No mês das vocações, destacamos a vocação dos cristãos leigos e leigas. São todos os membros da Igreja que vivem sua fé e sua consagração batismal nas condições ordinárias da vida: na família, nas profissões, no mundo da cultura ou exercendo responsabilidades sociais. É esse imenso povo de Deus presente em todo o tecido social, permeando-o com o sal e fermento do Evangelho e irradiando sobre as realidades deste mundo a luz de Cristo, que ilumina sua própria vida.
Com frequência, somos levados a considerar como “cristãos leigos” apenas aqueles que realizam atividades pastorais no ambiente eclesial propriamente dito. Certamente, a sua participação na vida da Igreja, naquilo que lhe compete, é de suma importância e a Igreja agradece a sua colaboração generosa nas diversas responsabilidades das comunidades eclesiais, como a catequese, a animação litúrgica ou as muitas formas de ação pastoral e administrativa. No entanto, nem todos os fiéis leigos poderiam estar empenhados em alguma pastoral.
De fato, porém, a vocação primordial dos fiéis leigos é testemunhar a novidade do Reino de Deus no “mundo secular” (cf LG 31), lá onde a Igreja não está presente de forma institucional. Trata-se de um vastíssimo e desafiador campo para a ação missionária da Igreja, a ser atingido sobretudo através dos leigos. A vida na comunidade eclesial, as celebrações litúrgicas e as organizações eclesiais são momentos e espaços necessários para o cultivo e a alimentação da fé, para o suporte e o preparo para a ação no mundo; toda a vida do cristão leva à Eucaristia e, dela, tira sua força toda a fecundidade para a vivência apostólica diária. O mesmo poderia ser dito da Palavra de Deus: dela parte todo impulso para a missão e, ao mesmo tempo, toda ação cristã no mundo requer constante retorno à Palavra de Deus para iluminar, discernir, encorajar e sustentar a vivência da fé. Mas a vida cristã não se restringe a esses momentos e espaços.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

O mártir é “uma pessoa extremamente livre”, diz Papa

Bento XVI pede o compromisso diário de crescer no amor a Deus

O mártir é “uma pessoa extremamente livre” – afirma Bento XVI – pois a graça de Deus não suprime a liberdade, mas a enriquece.


O Papa falou sobre o martírio, “forma de amor total a Deus”, na audiência geral desta quarta-feira, realizada junto aos peregrinos reunidos em Castel Gandolfo.

“Onde se funda o martírio? – perguntou primeiramente o Papa –. A resposta é simples: sobre a morte de Jesus, sobre seu sacrifício supremo de amor, consumado na Cruz para que pudéssemos ter a vida”.

No martírio, opera “a lógica do grão de trigo, que morre para germinar e trazer a vida”. “O próprio Jesus é o “grão de trigo que veio de Deus, o grão divino, que se deixa cair na terra, que se deixa partir, quebrar na morte e, precisamente através disto, se abre e pode assim dar fruto na vastidão do mundo”.


domingo, 15 de agosto de 2010

Festa da Assunção de Nossa Senhora

Você é bendita entre as mulheres”

            O evangelho da festa de hoje tem duas partes bem distintas, o encontro entre Maria (grávida de Jesus) e Isabel (grávida de João); e, o Canto do Magnificat. Para entender o objetivo de Lucas em relatar os eventos ligados à concepção e nascimento de Jesus, é essencial conhecer algo da sua visão teológica. Para ele, o importante é acentuar o grande contraste, e ao mesmo tempo a continuidade, entre a Antiga e a Nova Aliança. A primeira está retratada nos eventos ligados ao nascimento de João, e tem os seus representantes em Isabel, Zacarias e João; a segunda está nos relatos do nascimento de Jesus, com as figuras de Maria, José e Jesus. Para Lucas, a Antiga Aliança está esgotada - os seus símbolos são Isabel, estéril e idosa, Zacarias, sacerdote que não acredita no anúncio do anjo, e o nenê que será um profeta, figura típica do Antigo Testamento.

Em contraste, a Nova Aliança tem como símbolos a virgem jovem de Nazaré que acredita e cujo filho será o próprio Filho de Deus. Mais adiante, Lucas enfatiza este contraste nas figuras de Ana e Simeão, no Templo, (Lc 2, 25-38), especialmente quando Simeão reza: “Agora, Senhor, conforme a tua promessa, podes deixar o teu servo partir em paz. Porque meus olhos viram a tua salvação” (2, 29)

sábado, 14 de agosto de 2010

São Maximiliano Maria Kolbe, presítero e mártir

Das Cartas de São Maximiliano Maria Kolbe

(O. Joachim Roman Bar, O.F.M.Conv., ed. Wybór Pism, Warszawa 1973, 41-42; 226) Do Séc. XX

Do zelo apostólico que se deve ter ao procurar a salvação e santificação das almas

Muito me alegra, caro irmão, o zelo que te inflama na promoção da glória de Deus. Pois observamos com tristeza, em nossos tempos, não só entre os leigos mas também entre os religiosos, a doença quase epidêmica que se chama indiferentismo, que se propaga de várias formas. Ora, como Deus é digno de infinita glória, nosso primeiro e mais importante ideal deve ser, com nossas exíguas forças, lhe darmos o máximo de glória, embora nunca possamos dar quanto de nós, pobres peregrinos, ele merece.

Como a glória de Deus resplandece principalmente na salvação das almas que Cristo remiu com seu próprio sangue, o desejo mais elevado da vida apostólica será procurar a salvação e santificação do maior número possível. E quero brevemente dizer-te qual o melhor caminho para este fim, isto é, para conseguir a glória divina e a santificação de muitas almas. Deus, ciência e sabedoria infinita, sabendo o que, de nossa parte, mais contribui para aumentar sua glória, manifesta-nos a sua vontade sobretudo pelos seus ministros na terra.

É a obediência, e ela só, que nos indica a vontade de Deus com evidência. O superior pode errar, mas não é possível que nós, ao seguirmos a obediência, sejamos levados ao erro. Só poderia haver uma exceção se o superior mandasse algo que incluísse – mesmo em grau mínimo – uma violação da lei divina; pois, neste caso, o superior não seria fiel intérprete de Deus.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

O que é ser presbítero hoje?

Dom Orani João Tempesta*, Arcebispo do Rio de Janeiro

“Neste mundo confuso e até preconceituoso com a figura do Bom Pastor, que deve ser todo ministro do altar”, o que é o ser presbítero hoje?



“Como deve agir o padre, hoje, na cena deste mundo em grande transformação?”, questiona ainda o prelado.

O presbítero – afirma Dom Orani –, “antes de tudo, é o homem da Palavra de Deus, o homem do sacramento, o homem do ‘mistério da fé’”.

Os padres “têm o dever primário de proclamar o Evangelho de Deus a todos os homens”, explica, citando a Presbyterorum Ordinis. Mas nesta proclamação “está o dever também de levar cada homem e cada mulher deste mundo a um encontro pessoal com Jesus”. 

Dom Orani considera que hoje, mais do que antes, “devemos nos empenhar para que cada pessoa possa fazer esta experiência do encontro com Deus, o devemos fazer com uma renovada esperança, mesmo nas adversidades de um mundo extremamente secularizado, liberal, ateísta e até cético”. 

“As pessoas devem perceber no sacerdote ‘Aquele’ a quem ele está a serviço: o que chamamos na teologia da configuração com Cristo.”


segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Madre Teresa, a freira que desafiou o sistema de castas


Entrevista com o pe. Joseph Babu, porta-voz da Igreja indiana

Há quase cem anos, a 26 de agosto de 1910, nascia em Skopje, na Albânia, Anjeza Gonxhe Bojaxhiu, que viria a ser conhecida como Madre Teresa de Calcutá. Fundadora na Índia da congregação das Missionárias da Caridade, a irmã de pequena estatura dedicou toda sua existência aos marginalizados.

Tinha amigos influentes entre líderes políticos e artistas, mas, acima de tudo, estabeleceu uma ligação muito forte com João Paulo II. A ele, como a outros, pedia por orações e ajuda econômica aos mais pobres: em 1979, laureada com o Prêmio Nobel, recusou o tradicional banquete cerimonial e pediu que a verba que seria gasta fosse destinada aos miseráveis de Calcutá. Naquele dia, lhe perguntaram: “O que podemos fazer para promover a paz no mundo?”. E Teresa respondeu: “Voltem para suas casas e amem suas famílias”.

Nesta entrevista concedida à ZENIT, pe. Joseph Babu, porta-voz da Conferência Episcopal da Índia, fala da herança deixada por esta religiosa.


Bento XVI: Igreja continua sendo jovem

Após ver um filme sobre os primeiros anos do seu pontificado

O Papa Bento XVI afirmou ontem que a Igreja, "ainda que sofrente", não é "uma Igreja envelhecida", mas "jovem e cheia de alegria". 

Assim expressou ontem, após ser-lhe apresentado o filme "Cinco anos do Papa Bento XVI", que narra os primeiros anos do seu pontificado, obra da Bayerischer Rundfunk, a rádio bávara.

Para o Papa, o filme está repleto de momentos "muito comoventes", e indicou em particular o dia da sua eleição como pontífice: o dia "em que o Senhor impôs sobre minhas costas o serviço petrino", afirmou.

O papado é "um peso que ninguém poderia carregar sozinho, só com suas forças; só se pode carregar porque o Senhor o carrega e me carrega".

Bento XVI destacou a ideia dos realizadores do filme de inserir tudo dentro do marco da nona sinfonia de Beethoven, do "Hino da alegria".

"Vimos que a Igreja, também hoje, ainda que sofra tanto, como sabemos, contudo é uma Igreja alegre, não é uma Igreja envelhecida; vemos que a Igreja é jovem e que a fé cria alegria."

Por isso, o hino "expressa como, por trás de toda a história, está a alegria da redenção".

"Também achei maravilhoso o fato de que o filme termina com a visita à Mãe de Deus, que nos ensina a humildade, a obediência e a alegria de que Deus está conosco", acrescentou.

No filme, afirmou o Papa, estão presentes "a riqueza da vida da Igreja, a multiplicidade das culturas, dos carismas, dos diversos dons que vivem na Igreja e como, nesta multiplicidade e grande diversidade, vive sempre a mesma, única Igreja".

Por isso, explicou, "o primado petrino tem esta missão de tornar visível e concreta a unidade, na multiplicidade histórica, concreta, na unidade de presente, passado, futuro e da eternidade".

terça-feira, 6 de julho de 2010

Quando, durante a Santa Missa, a Comunhão Eucarística pode ser distribuída sob as duas espécies de pão e de vinho?

A Igreja, na Instrução Geral do Missal Romano, dispõe sobre a matéria:
“Além dos casos previstos nos livros rituais, a Comunhão sob as duas espécies é permitida nos seguintes casos:

a) aos Sacerdotes que não podem celebrar ou concelebrar o santo sacrifício;
b) ao Diácono e a todos que exercem algum ofício na Missa;
c) aos membros das comunidades na Missa conventual ou na Missa chamada 'da comunidade', aos alunos dos Seminários, a todos os que fazem exercícios espirituais ou que participam de alguma reunião espiritual ou pastoral.” (Instrução Geral do Missal Romano, 283)

Quando a Instrução fala em comunidade e em Missa da comunidade, não está se referindo à comunidade paroquial ou comunidade eclesial – capela, oratório etc –, mas à comunidade constituída sob o Direito Canônico para a vivência dos conselhos evangélicos ou dos estados de perfeição – institutos religiosos e seculares, pias uniões, sociedades de vida apostólica, comunidades de movimentos em que os leigos tenham vida comum etc.

A CNBB, por sua vez, solicitou à Santa Sé que ampliasse o uso da Comunhão sob ambas as espécies para o Brasil, no que foi atendida. A concessão permite, então, que haja tal modalidade de distribuição da comunhão:

“1. A todos os membros dos institutos religiosos e seculares, masculinos e femininos, e a todos os membros das casas de formação sacerdotal ou religiosa, quando participam da Missa da comunidade.

2. A todos os participantes da Missa da comunidade por ocasião de um encontro de oração ou de uma reunião pastoral.

3. A todos os participantes em Missas que já comportam para alguns dos presentes a comunhão sob as duas espécies, conforme o n. 242 dos Princípios e Normas para o Uso do Missal Romano:

a) quando há uma Missa de batismo de adulto, crisma ou admissão na comunhão da Igreja;
b) quando há casamento na Missa;
c) na ordenação de Diácono;
d) na bênção da Abadessa, na consagração das virgens, na primeira profissão religiosa, na renovação da mesma, na profissão perpétua, quando feitas durante a Missa;
e) na Missa de instituição de ministérios, de envio de missionários leigos e quando se dá na Missa qualquer missão eclesiástica;
f) na administração do viático, quando a Missa é celebrada em casa;
g) quando o Diácono e os ministros comungam na Missa;
h) havendo concelebração;
i) quando um Sacerdote presente comunga na Missa;
j) nos exercícios espirituais e nas reuniões pastorais;
l) nas Missas de jubileu de sacerdócio, de casamento ou de profissão religiosa;
m) na primeira Missa de um neo-sacerdote;
n) nas Missas conventuais ou da ‘comunidade'.

4. Na ocasião de celebrações particularmente expressivas do sentido da comunidade cristã reunida em torno do altar.” (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB. Comunicado Mensal, n. 491 – 1995 –, p. 887, e n. 497 – 1995 –, p. 2562)

Quando há possibilidade de ser a Eucaristia distribuída sob as duas espécies, isso não significa que deva obrigatoriamente ser feito dessa maneira. Além disso, ao fiel é garantido sempre o direito de receber a Comunhão somente sob a espécie de pão.

terça-feira, 29 de junho de 2010

A construção da comunhão eclesial é a chave da missão


Dia Mundial das Missões 2010: Mensagem do Papa

Prezados irmãos e irmãs!

Com a celebração do Dia Missionário Mundial, o mês de Outubro oferece às Comunidades diocesanas e paroquiais, aos Institutos de Vida Consagrada, aos Movimentos Eclesiais, a todo o Povo de Deus, a ocasião para renovar o compromisso de anunciar o Evangelho e dar às atividades pastorais um ímpeto missionário mais amplo. Este encontro anual convida-nos a viver intensamente os percursos litúrgicos e catequéticos, caritativos e culturais, mediante os quais Jesus Cristo nos convoca à mesa da sua Palavra e da Eucaristia, para saborear o dom da sua Presença, formar-nos na sua escola e viver cada vez mais conscientemente unidos a Ele, Mestre e Senhor. É Ele mesmo quem nos diz: "Aquele que me ama será amado por meu Pai: Eu amá-lo-ei e manifestar-me-ei a ele" (Jo 14, 21). Só a partir deste encontro com o Amor de Deus, que muda a existência, podemos viver em comunhão com Ele e entre nós, e oferecer aos irmãos um testemunho credível, explicando a razão da nossa esperança (cf. 1 Pd 3, 15). Uma fé adulta, capaz de se confiar totalmente a Deus com atitude filial, alimentada pela oração, pela meditação da Palavra de Deus e pelo estudo das verdades da fé, é uma condição para poder promover um novo humanismo, fundamentado no Evangelho de Jesus.

Além disso, em Outubro, em muitos países retomam-se as várias atividades eclesiais depois da pausa de Verão, e a Igreja convida-nos a aprender de Maria, mediante a oração do Santo Rosário, a contemplar o desígnio de amor do Pai sobre a humanidade, para a amar como Ele a ama. Não é porventura este o sentido da missão?

Com efeito, o Pai chama-nos a ser filhos amados no seu Filho, o Amado, e a reconhecer-nos todos irmãos naquele que é Dom de Salvação para a humanidade dividida pela discórdia e pelo pecado, e Revelador do verdadeiro Rosto daquele Deus que "amou de tal modo o mundo, que lhe deu o seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna" (Jo 3, 16).

"Queremos ver Jesus" (Jo 12, 21), é o pedido que, no Evangelho de João, alguns gregos que chegaram a Jerusalém para a peregrinação pascal, dirigem ao Apóstolo Filipe. Ele ressoa também no nosso coração neste mês de Outubro, que nos recorda como o compromisso do anúncio evangélico compete a toda a Igreja, "missionária por sua própria natureza" (Ad gentes, 2), convidando-nos a tornarmo-nos promotores da novidade de vida, feita de relacionamentos autênticos, em comunidades fundadas no Evangelho. Numa sociedade multiétnica que experimenta cada vez mais formas preocupantes de solidão e de indiferença, os cristãos devem aprender a oferecer sinais de esperança e a tornar-se irmãos universais, cultivando os grandes ideais que transformam a história e, sem falsas ilusões nem medos inúteis, comprometer-se para fazer com que o planeta seja a casa de todos os povos.

Como os peregrinos gregos de há dois mil anos, também os homens do nosso tempo, talvez nem sempre conscientemente, pedem aos crentes não só que "falem" de Jesus, mas que "façam ver" Jesus, façam resplandecer o Rosto do Redentor em cada ângulo da terra diante das gerações do novo milênio e sobretudo diante dos jovens de cada continente, destinatários privilegiados e agentes do anúncio evangélico. Eles devem sentir que os cristãos levam a Palavra de Cristo porque Ele é a Verdade, porque n'Ele encontraram o sentido, a verdade para a sua vida.

Estas considerações remetem para o mandamento missionário que todos os batizados e a Igreja inteira receberam, mas que não se pode realizar de maneira credível sem uma profunda conversão pessoal, comunitária e pastoral. De fato, a consciência da chamada a anunciar o Evangelho estimula não só cada fiel individualmente, mas todas as Comunidades diocesanas e paroquiais a uma renovação integral e a abrir-se cada vez mais à cooperação missionária entre as Igrejas, para promover o anúncio do Evangelho no coração de cada pessoa, de cada povo, cultura, raça, nacionalidade, em todas as latitudes. Esta consciência alimenta-se através da obra de SacerdotesFidei Donum, de Consagrados, de Catequistas, de Leigos missionários, numa busca constante de promover a comunhão eclesial, de modo que também o fenômeno da "interculturalidade" possa integrar-se num modelo de unidade, no qual o Evangelho seja fermento de liberdade e de progresso, fonte de fraternidade, de humildade e de paz (cf. Ad gentes, 8). De fato, a Igreja "é em Cristo como que sacramento, ou seja, sinal e instrumento da união íntima com Deus e da unidade de todo o gênero humano" (Lumen gentium, 1).

A comunhão eclesial nasce do encontro com o Filho de Deus, Jesus Cristo que, no anúncio da Igreja, alcança os homens e cria comunhão com Ele próprio e por conseguinte, com o Pai e com o Espírito Santo (cf. 1 Jo 1, 3). Cristo estabelece a nova relação entre o homem e Deus. "É Ele quem nos revela "que Deus é caridade" (1 Jo 4, 8) e, ao mesmo tempo, nos ensina que a lei fundamental da perfeição humana e, portanto, da transformação do mundo, é o mandamento novo do amor. Assim, aos que creem no amor divino dá-lhes a certeza de que abrir o caminho do amor a todos os homens e instaurar a fraternidade universal não são coisas vãs" (Gaudium et spes, 38).

A Igreja torna-se "comunhão" a partir da Eucaristia, na qual Cristo, presente no pão e no vinho, com o seu sacrifício de amor edifica a Igreja como seu corpo, unindo-nos ao Deus uno e trino e entre nós (cf. 1 Cor 10, 16ss). Na Exortação apostólica Sacramentum caritatisescrevi: "não podemos reservar para nós o amor que celebramos neste sacramento: por sua natureza, pede para ser comunicado a todos. Aquilo de que o mundo tem necessidade é do amor de Deus, é de encontrar Cristo e acreditar n'Ele" (n. 84). Por esta razão a Eucaristia não é só fonte e ápice da vida da Igreja, mas também da sua missão: "Uma Igreja autenticamente eucarística é uma Igreja missionária" (Ibid.), capaz de levar todos à comunhão com Deus, anunciando com convicção: "o que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos, para que também vós tenhais comunhão conosco" (1 Jo 1, 3).

Caríssimos, neste Dia Missionário Mundial no qual o olhar do coração se dilata sobre os imensos espaços da missão, sintamo-nos todos protagonistas do compromisso da Igreja de anunciar o Evangelho. O estímulo missionário foi sempre sinal de vitalidade para as nossas Igrejas (cf. Carta enc. Redemptoris missio, 2) e a sua cooperação é testemunho singular de unidade, de fraternidade e de solidariedade, que nos torna críveis anunciadores do Amor que salva!

Por conseguinte, renovo a todos o convite à oração e, não obstante as dificuldades econômicas, ao compromisso da ajuda fraterna e concreta em apoio das jovens Igrejas. Este gesto de amor e de partilha, que o serviço precioso das Pontifícias Obras Missionárias, à qual manifesto a minha gratidão, providenciará à distribuição, apoiará a formação de sacerdotes, seminaristas e catequistas nas terras de missão mais distantes e encorajará as jovens comunidades eclesiais.

Na conclusão da mensagem anual para o Dia Missionário Mundial, desejo expressar, com particular afeto, o meu reconhecimento aos missionários e às missionárias, que testemunham nos lugares mais distantes e difíceis, muitas vezes com a vida, o advento do Reino de Deus. A eles, que representam as vanguardas do anúncio do Evangelho, vai a amizade, a proximidade e o apoio de cada crente. "Deus (que) ama quem doa com alegria" (2 Cor 9, 7) os encha de fervor espiritual e de alegria profunda.

Como o "sim" de Maria, cada resposta generosa da Comunidade eclesial ao convite divino ao amor dos irmãos suscitará uma nova maternidade apostólica e eclesial (cf. Gl 4, 4.19.26), que deixando-se surpreender pelo mistério de Deus amor, o qual "ao chegar a plenitude dos tempos, enviou o Seu Filho, nascido de mulher" (Gl 4, 4), dará confiança e audácia a novos apóstolos. Esta resposta tornará todos os crentes capazes de ser "jubilosos na esperança" (Rm 12, 12) ao realizar o projeto de Deus, que deseja "que todo o gênero humano constitua um só Povo de Deus, se congregue num só Corpo de Cristo, e se edifique num só templo do Espírito Santo"(Ad gentes, 7).



Vaticano, 6 de Fevereiro de 2010.

BENEDICTUS PP. XVI

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terça-feira, 8 de junho de 2010

Porque testemunhos como esses não são divulgados pelos meios de comunicação?


“Sou um simples sacerdote católico. Sinto-me feliz e orgulhoso pela minha vocação. Vivo em Angola como missionário há vinte anos.” Assim começa a carta que o missionário salesiano uruguaio Martín Lasarte enviou ao New York Times sem obter resposta. Na carta, explica o trabalho silencioso a favor dos mais desfavorecidos da maioria dos sacerdotes da Igreja Católica que, contudo, “não é notícia”.

Na carta remetida pelo Pe. Martín Lasarte, ele explica que a enviou dia 6 de abril ao jornal nova-iorquino e desde então não obteve resposta. Nela, expressa seus sentimentos diante da onda midiática despertada pelos abusos de alguns sacerdotes, enquanto pouco surpreende o interesse que desperta nos meios o trabalho cotidiano de milhares e milhares de sacerdotes.

“É doloroso muito saber que as pessoas que deveriam ser sinais de amor de Deus tenham sido um punhal na vida de inocentes. Não há palavra que justifique tais atos. Não há dúvida de que a Igreja está do lado dos fracos, dos mais indefesos. Portanto, todas as medidas que forem tomadas para a proteção e prevenção da dignidade das crianças serão sempre uma prioridade absoluta”, afirma em sua carta.

Contudo, destaca, “é curiosa a pouca noticiabilidade e desinteresse por milhares e milhares de sacerdotes que trabalham em prol dos milhões de crianças, adolescentes e demais desfavorecidos nos quatros cantos do mundo”.

“Penso que para seu meio de informação não interessa as muitas crianças desnutridas que tive de carregar por caminhos minados em 2002 desde Cangumbe a Luena (Angola), pois nem o governo se dispunha a fazer isso, e as ONGs não estavam autorizadas; tive de enterrar dezenas de pequenos, falecidos entre os deslocados pela guerra e os que retornaram; que salvamos a vida de milhares de pessoas no México mediante o único posto médico a 90 mil km de distância, assim como a distribuição de alimentos e sementes; que demos a oportunidade de educação nestes 10 anos e escolas a mais de 110 mil pequenos…”, afirma.

Não é de interesse - destaca – que ,como outros sacerdotes, tivemos de socorrer a crise humanitária de cerca de 15 mil pessoas nos quartéis da guerrilha, depois de sua rendição, porque não chegavam os alimentos do governo e da ONU.”

E, em seguida, enumera uma série de ações, muitas vezes em situação de risco ou perda de vida, por seus companheiros que são ignoradas pela mídia.

“Não é notícia um sacerdote de 75 anos, Pe. Roberto, que vai até as cidades de Luanda curando os meninos da rua, levando-os a uma casa de recuperação, para que se desintoxiquem; que alfabetiza centenas de presos; e outros sacerdotes, maltratados e até violentados e buscam um refúgio. Menos ainda que o Frei Maiato, com seus 80 anos, passe de casa em casa confortando os doentes e desesperados.”

“Não é notícia que mais de 60 mil, dos 400 mil sacerdotes e religiosos, deixaram sua terra e sua família para servir seus irmãos em leprosários, hospitais, campos de refugiados, orfanatos para crianças acusadas de bruxaria ou órfãos de pais que faleceram com Aids, em escolas para os mais pobres, em centros de formação profissional, em centros de atenção a portadores do HIV… ou sobretudo em paróquias e missões, dando motivações para as pessoas viverem e amarem.”

“Não é notícia que meu amigo, Pe. Marcos Aurélio, por salvar alguns jovens durante a guerra na Angola, transportou-os de Calulo a Dondo e, voltando à sua missão, foi morto no caminho; que o irmão Francisco, com cinco senhoras catequistas, por ir ajudar as áreas rurais mais escondidas, foram mortos em um acidente na estrada; que dezenas de missionários na Angola morreram por falta de socorro sanitário, por uma simples malária; que outros voaram pelo céu, por motivo de minas terrestres, visitando seus povos. No cemitério de Kalulo estão os túmulos dos primeiros sacerdotes que chegaram à região… Nenhum deles passou dos 40 anos.”

“Não é notícia acompanhar a vida de um sacerdote ‘normal’ em seu dia-a-dia, em suas dificuldades e alegrias, consumindo sem barulho sua vida a favor da comunidade à qual serve.”

“A verdade é que não procuramos ser notícia, mas simplesmente levar a Boa Notícia, essa notícia que sem barulho começou na noite de Páscoa. Há mais ruído por uma árvore que cai do que por um bosque que cresce”, destaca.

“Não pretendo fazer uma apologia da Igreja e dos sacerdotes – afirma. O sacerdote não é nenhum herói nem um neurótico. É um simples homem que, com sua humanidade, busca seguir Jesus e servir seus irmãos. Há miséria, pobreza e fragilidade, como em cada ser humano; e também beleza e bondade, como em cada criatura…”

“Insistir na perseguição obsessiva em um tema, perdendo a visão de conjunto, cria verdadeiramente caricaturas ofensivas do sacerdócio católico, nas quais me sinto ofendido”, afirma.

E conclui: “Só lhe peço, amigo jornalista, que busque a Verdade, o Bem e a Beleza. Isso o tornará nobre em sua profissão”.

Autor: Nieves San Martín

terça-feira, 25 de maio de 2010

Jornada Mundial da Juventude pode acontecer em 2015

— Estou feliz porque a próxima Jornada Mundial da Juventude (JMJ), após a de Madri, em 2011, será no Brasil em 2014 ou 2015.


Foi com essa expressão calorosa que o Subsecretário para o Pontifício Conselho para os Leigos, o professor Guzman Carriquiry Lecour, recebeu os padres da Arquidiocese do Rio, Jefferson Gonçalves, José Brito e Leandro Cury, na sede da Entidade, que promove a ação dos leigos na Igreja e no mundo.

A importância da realização de um evento desse porte se revela não apenas para o Brasil, como também para toda a América Latina. Ela se fundamenta, segundo o professor Guzman, porque é na América Latina que está concentrado o maior número de batizados do mundo. Para ele, se juntarmos ainda os 40 milhões de latino-americanos presentes na América do Norte, pode-se dizer que mais de 50 por cento dos cristãos no mundo se encontram no continente americano.

Segundo Guzman, há três fatores que garantem a realização da JMJ no Brasil. O primeiro, porque a realização da Jornada é um serviço à Igreja universal. Muito mais do que ser um evento local, o país-sede se torna um polo de atração junto aos países vizinhos e a todo o mundo. Além de elogiar a coesão da Conferência Episcopal brasileira, Guzman ressalta a força do Documento de Aparecida, fruto da reflexão dos países de toda a América Latina e do Caribe.

Em segundo lugar, Guzman lembra a posição hoje do Brasil no mundo e na América Latina. O protagonismo do Brasil na política internacional, indo muito além do Mercosul, chegando a um papel de destaque no Bric (conjunto de países em desenvolvimento composto, além do Brasil, pela Rússia, Índia e China), comprovam a seriedade de um projeto de construção social não fechado em si mesmo, mas aberto às necessidades do mundo.

Por fim, o Subsecretário confirma o amadurecimento da Igreja Brasileira, expresso pela configuração atual da CNBB, onde é perceptível o esforço pela comunhão dos bispos, como também pelo florescimento de muitas vocações sacerdotais, consagradas e leigas. Ao mesmo tempo em que a caminhada das comunidades é confirmada na preferência pelos mais pobres, o surgimento das novas comunidades eclesiais expande a ação da Igreja local para as mais diferentes necessidades da Igreja universal, sendo, inclusive, um polo de envio missionário para diferentes lugares do mundo.

Segundo o professor Guzman, a realização da Copa do Mundo de futebol em 2014 não impede a realização da JMJ no Brasil. Por outro lado, é possível que a Jornada não se realize nesse mesmo ano e seja transferida para 2015. O que parece certo, segundo ele, é que a definição da cidade-sede aconteça até o fim deste ano, para que a escolhida tenha de 4 a 5 anos para preparar esse grande encontro, que irá receber milhões de jovens vindos de todo o mundo.

O Rio de Janeiro, através do seu Arcebispo, Dom Orani João Tempesta, apoiado pelos Governos Estadual e Municipal, se colocou à disposição do Santo Padre, o Papa Bento XVI, para sediar a Jornada Mundial da Juventude, após a de Madri em 2011. É dele que virá a escolha para o maior encontro da juventude católica em todo o mundo.


Fonte: Arquidiocese do Rio de Janeiro.

domingo, 23 de maio de 2010

O QUE É PENTECOSTES?

O que a festa de Pentecostes e a Copa do Mundo de 2002 têm em comum? Foi nessa Copa que o Brasil conquistou seu quinto título mundial e se tornou pentacampeão. Não precisa ser "doutor" para perceber que "pentacampeonato" e "pentecostes" começam com o prefixo "penta", que em grego designa o número cinco. 

No caso de Pentecostes, o prefixo remete mais precisamente ao número cinquenta. A festa de Pentecostes foi inicialmente celebrada pelos judeus para comemorar os frutos das colheitas, depois do 50º dia da Páscoa. Depois, se tornou a festa da aliança do Monte Sinai, quando Deus entregou a Sua lei para o povo de Israel, que peregrinava no deserto.

A Igreja comemora nesse dia a vinda do Espírito Santo sobre os Apóstolos, cinquenta dias após a Ressurreição de Jesus Cristo. “Chegando o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar. De repente, veio do céu um ruído, como se soprasse um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam sentados. Apareceu-lhes então uma espécie de línguas de fogo que se repartiram e pousaram sobre cada um deles. Ficaram todos cheios do Espírito Santo e começaram a falar em línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem” (At 2, 1-4).

O Espírito de Deus havia sido negado ao povo israelita após o culto ao bezerro de ouro. Ele se tornou um privilégio dos profetas. Os judeus esperavam que com a vinda do Messias, o Espírito de Deus fosse derramado novamente e fizesse de Israel uma nação de profetas.

Nesse sentido, a vinda do Espírito Santo sobre os Apóstolos tem um significado muito especial para nós cristãos (Catecismo da Igreja Católica, 731-732):

• O cumprimento total da Páscoa de Jesus Cristo: a nova Aliança com os homens. Deus fez uma aliança eterna com cada um de nós, uma aliança de amor e fidelidade. O Espírito Santo é a garantia dessa fidelidade e amor. 

• O Espírito Santo é manifestado, dado e comunicado como Pessoa Divina. Ele não é mais um “ilustre desconhecido”. Ele está presente em nossas vidas e nós podemos ter uma relação de íntima amizade com Ele. Por isso, devemos invocá-lo em meios aos sofrimentos e lutas dessa vida: “Vinde, Espírito Santo!”

• O Senhor Jesus derrama o Espírito Santo em abundância sobre cada um de nós. Todos somos profetas de Deus, pois “Cristo, derrama (o Espírito Santo) nos Seus membros para os alimentar, curar, organizar nas suas mútuas funções, vivificar, enviar a dar testemunho e associar à Sua oferta ao Pai e à Sua intercessão pelo mundo inteiro” (CIC 739). O Espírito Santo é nosso defensor, guia e companheiro de caminhada. 

• O Reino anunciado por Jesus está aberto para todos os que creem n’Ele. As portas do Céu estão “escancaradas” para nós, e agora temos que fazer a nossa parte: crer, confiar e amar a Deus.

Por isso, é preciso celebrar com muita alegria essa festa tão importante para a Igreja, muito mais importante que o pentacampeonato mundial. E a melhor maneira de festejá-la é cultivar a nossa amizade com o Espírito Santo, especialmente através da oração. Por exemplo, podemos pedir o Seu conselho durante o dia, ou apenas invocá-lo amorosamente no silêncio do nosso coração, “Vinde, Espírito Santo!” A Igreja ensina que graças a essa força do Espírito, os filhos de Deus podem dar muitos frutos em suas vidas (CIC 736).

“Também o Espírito Santo vem em auxílio da nossa fraqueza, porque não sabemos o que pedir nas nossas orações; mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inefáveis” (Rm 8,26).

PAPA: O ESPÍRITO SANTO SUPERA MUROS E BARREIRAS

Cidade do Vaticano, 23 maio de 2010



"Na celebração de Pentecostes, somos convidados a professar a nossa fé na presença e na ação do Espírito Santo" – com esta síntese da solenidade que conclui o tempo pascal, teve início a homilia pronunciada por Bento XVI esta manhã, na Basílica de S. Pedro.

O Espírito Santo, recordou o pontífice, é o dom que Jesus pediu e continuamente pede ao Pai por seus amigos; o primeiro e principal dom que nos obteve com a sua Ressurreição e Ascensão ao Céu. Este dom produz unidade e compreensão: "Inicia-se um processo de reunificação entre as partes da família humana, divididas e espalhadas; as pessoas, muitas vezes reduzidas a indivíduos em competição ou em conflito entre si, alcançadas pelo Espírito de Cristo se abrem à experiência da comunhão, que pode envolvê-las a tal ponto de fazer delas um novo organismo, um novo sujeito: a Igreja. Este é o efeito da obra de Deus: a unidade".

Desde o início, desde o dia de Pentecostes, explicou o Papa, a Igreja fala todas as línguas. Ela jamais permanece prisioneira de confins políticos, raciais e culturais; não se pode confundir com os Estados e deve permanecer autônoma. Por sua natureza, a Igreja é una e multíplice, destinada a viver em todas as nações, todos os povos, nos mais diferentes contextos sociais. O Espírito Santo envolve homens e povos e, através deles, supera muros e barreiras.

Todavia, esta unidade criada pelo Espírito Santo não significa uma espécie de igualitarismo. Pelo contrário. Em Pentecostes, os Apóstolos falam línguas diferentes de modo que cada um compreenda a mensagem no próprio idioma. Às Igrejas particulares, porém, cabe a missão de se confrontar e se harmonizar com a Igreja una e católica.

A seguir, Bento XVI falou do fogo, a maneira como o Espírito Santo se manifesta – fogo como chama divina que ilumina a estrada da humanidade. "Como é diferente do fogo das guerras e das bombas!" – comparou o pontífice. "Como é diferente o incêndio de Cristo, propagado pela Igreja, em relação ao fogo aceso pelos ditadores de todas as épocas, inclusive do século passado, que deixa um rastro de destruição. O fogo de Deus, o fogo do Espírito Santo, ao invés, arde sem queimar, sem destruir, e, ao se propagar, faz emergir a parte melhor e mais verdadeira do homem, a sua vocação à verdade e ao amor.

No íntimo do homem, o fogo provoca uma transformação, consumando as escórias que o corrompem e dificultam sua relação com Deus e com o próximo. Paradoxalmente, observa o pontífice, este efeito divino nos assusta, temos medo de nos "queimar", e escolhemos permanecer como somos. Isso depende do fato de que muitas vezes a nossa vida é marcada pela lógica do ter, do possuir, e não do doar-se. Muitas pessoas crêem em Deus e admiram a figura de Jesus Cristo, mas têm medo das exigências da fé, de renunciar a certas experiências, a algo de belo.

Para quem vive esta divisão, o Papa repete o que Jesus dizia aos seus amigos: "Não tenham medo". Devemos deixar que a presença de Cristo e a sua graça transformem o nosso coração, sempre sujeito às fraquezas humanas. "Vale a pena deixar-se tocar pelo fogo do Espírito Santo. A dor que provoca é necessária para a nossa transformação."

Fonte: Rádio do Vaticano

Domingo de Pentecostes

SEQUÊNCIA DE PENTECOSTES

Vinde, ó Santo Espírito,
vinde, Amor ardente,
acendei na terra
vossa luz fulgente.

Vinde, Pai dos pobres:
na dor e aflições,
vinde encher de gozo
nossos corações.

Benfeitor supremo
em todo o momento,
habitando em nós
sois o nosso alento.

Descanso na luta
e paz encanto,
no calor sois brisa,
conforto no pranto.

Luz de santidade,
que no Céu ardeis,
abrasai as almas
dos vossos fiéis.

Sem a vossa força
e favor clemente,
nada há no homem
que seja inocente.

Lavai nossas manchas,
a aridez regai,
sarai os enfermos
e a todos salvai.

Abrandai durezas
para os caminhantes,
animai os tristes,
guiai os errantes.

Vossos sete dons
concedei à alma
do que em Vós confia:

Virtude na vida,
amparo na morte,
no Céu alegria.



Dos escritos dos Padres da Igreja

O Espírito da Verdade vos conduzirá à verdade plena.

Amados filhos, os corações de todos os católicos reconhecem que a hodierna solenidade deve ser venerada dentre as principais festas. Sem dúvida, uma grande reverência inspira este dia consagrado pelo Espírito Santo com o extraordinário milagre do dom que ele fez de si mesmo. Com efeito, é o décimo dia depois que o Senhor subiu ao mais alto de todos os céus para se assentar à direita de Deus.
Este dia refulge também como o qüinquagésimo depois da ressurreição, seu ponto de partida, encerrando grandes mistérios dos antigos e dos novos sacramentos, que demonstram claramente ter sido a graça prenunciada pela Lei e a Lei cumprida pela graça.
Como atestam os Atos dos Apóstolos, quando chegou o dia de Pentecostes, os discípulos estavam todos reunidos no mesmo lugar. De repente, veio do céu um ruído como de um forte vento, que encheu a casa em que estavam sentados. Então apareceram línguas como que de fogo que se repartiram e pousaram sobre cada um deles. Todos ficaram repletos do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito lhes concedia expressar-se (At 2, 1-4). Como é veloz a palavra da Sabedoria! E onde Deus é mestre, quão depressa se aprende o que é ensinado! Não houve necessidade de tradução para ser entendida, nem de prática para ser utilizada, nem de tempo para ser estudada. Mas, pela ação do Espírito que sopra onde quer (cf. Jo 3, 8), as línguas próprias de cada povo se tornaram comuns, começando então a ressoar pelo mundo inteiro a pregação do Evangelho.
Desde esse dia, uma chuva de carismas e rios de bênçãos irrigaram todo deserto e toda terra árida, pois, a fim de renovar a face da terra, o Espírito de Deus pairava sobre as águas (Gn 1, 2). E para dissipar as antigas trevas, cintilaram os fulgores de uma nova luz quando, pelo esplendor das línguas refulgentes, foi concebida a palavra luminosa do Senhor, palavra de fogo, possuidora de eficácia e de força para queimar, despertando a capacidade de compreensão e consumindo o pecado.
Amados filhos, a própria forma do acontecimento foi admirável, e, sem dúvida, naquela harmonia exultante de todas as vozes humanas, estava presente a majestade do Espírito Santo; mas, ninguém pense que sua substância divina tenha aparecido nos fatos vistos com os olhos do corpo. A natureza invisível, igualmente comum ao Pai e ao Filho, mostrou a qualidade de seu dom e de sua obra
através do sinal que quis. No entanto, manteve oculto em sua divindade o que é próprio de sua essência. Pois, assim como o Pai e o Filho não podem ser alcançados pelo olhar humano, assim também o Espírito Santo.
Nada na Trindade divina é dessemelhante, nada é desigual, e todos os atributos que se podem pensar a respeito de sua substância em nada se distinguem, nem pelo poder nem pela glória nem pela eternidade. Quanto às propriedades das Pessoas, um é o Pai, outro é o Filho e outro é o Espírito Santo; todavia, a divindade não é diferente, nem é diversa a natureza. Do Pai é o Filho Unigênito, e o Espírito Santo é o Espírito do Pai e do Filho, não, porém, como qualquer criatura que pertence ao Pai e ao Filho, mas enquanto com ambos vive e possui o poder, subsistindo eternamente naquilo que é o Pai e o Filho.
Por isso, o Senhor, na véspera de sua paixão, prometendo a seus discípulos a vinda do Espírito Santo, afirma: Tenho ainda muitas coisas a vos dizer, mas não sois capazes de compreender agora. Quando ele vier, o Espírito da Verdade, vos conduzirá à verdade plena. Ele não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará até as coisas futuras. Tudo o que o Pai tem é meu. Por isso, eu vos disse que ele receberá do que é meu para vos anunciar (Jo 16, 12-13.15).
Isso não significa que algumas coisas pertençam ao Pai, outras ao Filho e outras ao Espírito Santo, mas tudo o que o Pai tem, o Filho igualmente tem, e o Espírito Santo também tem. Na Trindade sempre houve esta comunhão, porque nela tudo ter é o mesmo que sempre existir. A seu respeito, não se insinue na mente noção alguma de tempo, grau ou diferença; e se ninguém pode explicar o que é Deus, ninguém ouse afirmar acerca dele o que não é. É mais desculpável não falar da natureza inefável o que ela merece, do que atribuir-lhe o que é contrário.
Tudo o que os corações piedosos puderem conceber sobre a eterna e imutável glória do Pai, devem compreendê-lo como inseparável e sem distinção tanto do Filho como do Espírito Santo. Por conseguinte, proclamamos que a bem-aventurada Trindade é um só Deus, porque nas três Pessoas não há diferença alguma de substância, de poder, de vontade ou de ação.
(Dos Sermões de São Leão Magno, papa Tractatus 75, 1-3 –
Corpus Christianorum Latinorum 138 A, 465-468)


Realiza-se em vós o que foi prenunciado nos dias da vinda do Espírito Santo

Irmãos, despontou para nós o dia feliz em que a Santa Igreja brilha nos rostos dos fiéis e se abrasa em seus corações. De fato, estamos celebrando o dia em que o Senhor Jesus Cristo, glorificado pela ascensão depois que ressuscitou, mandou à terra o Espírito Santo. Efetivamente, está escrito no Evangelho: Se alguém tem sede venha a mim e beba. Quem crê em mim, de seu seio jorrarão rios de água viva. E prosseguindo o evangelista explica e afirma: Ele falava do Espírito que deviam receber os que nele cressem; pois não havia ainda Espírito, porque Jesus não fora ainda glorificado (Jo 7,37-39). Estava pois faltando agora que Jesus, já glorificado, após ter ressuscitado dos mortos e subido ao céu, mandasse o Espírito Santo. Enviá-lo-ia aquele que o prometera. E foi assim que aconteceu.
Depois de ter passado quarenta dias com seus discípulos, subiu ao céu o Senhor ressuscitado. E no qüinquagésimo dia, que hoje celebramos, enviou o Espírito Santo, como está escrito: De repente, veio do céu um ruído semelhante ao soprar de impetuoso vendaval. E apareceram umas como linguas de fogo, que se distribuiram e foram pousar sobre cada um deles. E começaram a falar em outras linguas, conforme o Espírito os impelia a falarem (At 2,2.3.4).
Aquele vento purificava os corações da palha da carne. Aquele fogo consumia o fogo da velha concupiscência. Aquelas linguas faladas pelos que estavam repletos do Espírito Santo prefiguravam a futura Igreja, que haveria de estar entre as linguas de todos os povos. De fato, após o dilúvio, a impiedade soberba dos homens construiu uma torre elevada contra o Senhor, e o gênero humano mereceu ser dividido em linguas diversas, começando cada povo a falar sua lingua para não ser entendido pelos outros povos. Agora, ao invés, a humilde piedade dos fiéis recolheu a diversidade destas linguas na unidade da Igreja, onde a caridade reuniu aquilo que a discórdia tinha espalhado. E os membros dispersos do corpo humano, como membros de um único corpo, voltam a ser unificados na única cabeça que é Cristo, fundidos na unidade de seu santo corpo pelo fogo do amor.
Por isso são inteiramente estranhos ao dom do Espírito Santo os que odeiam a graça da paz e não conservam a comunhão e a unidade. E, embora também eles hoje se reúnam solenemente e ouçam estas leituras em que se fala da promessa e da vinda do Espírito Santo, ouvem-nas como condenação e não como prêmio. Pois de que lhes serve ouvir com os ouvidos aquilo que rejeitam com o coração e celebrar o dia cuja luz odeiam? Vós, porém, irmãos, membros do corpo de Cristo, germes de unidade, filhos da paz, celebrai este dia alegres, celebrai-o seguros. Porque em vós se realiza aquilo que era prefigurado nos dias em que veio o Espírito Santo. Porque, como outrora quem recebia o Espírito Santo, embora fosse um homem só, falava todas as linguas, assim agora fala todas as linguas, através de todos os povos, a própria unidade. Estabelecidos nela, possuis o Espírito Santo, os que não estais separados por nenhum cisma da Igreja de Cristo que fala todas as linguas.
(Dos sermoes de Santo Agostinho, Bispo - Sermão 271)