terça-feira, 15 de setembro de 2009
Deserto humano Papa Bento XVI: Coragem, não tenham medo do deserto da vida

A Igreja necessita dos meios de comunicação, diz Dom Orani A Igreja necessita dos meios de comunicação, diz Dom Orani
O presidente da Comissão e Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta, destacou como a Igreja necessita hoje dos meios de comunicação para a evangelização e para comunicar a Palavra de Deus. “Jesus Cristo é o comunicador do Pai e nos enviou enquanto Igreja para comunicar, então o processo de comunicação é essencial”, enfatizou o arcebispo.
“Cada mídia tem o seu direcionamento e visa públicos diferentes e é nessa diversidade que temos a riqueza. E a unidade vem pela própria fé e pela articulação com essas reuniões”. Com esta afirmação, Dom Orani, explica o sentido deste encontro de organizar e promover uma maior articulação entre as emissoras de inspiração católica.
Após presidir a Santa Missa que antecedeu a reunião, o Arcebispo do Rio de Janeiro acolheu os representantes das TVs Canção Nova, Século XXI, Nazaré, Horizonte, Rede Vida e Aparecida e ressaltou que uma das propostas da Comissão é organizar a Signis Brasil. A entidade tem como objetivo congregar todas as mídias de inspiração católica e será filiada à Signis internacional (Associação Católica Mundial para a Comunicação), que é vinculada ao Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais. “Estamos trabalhando para que aconteça a Signis Brasil e vai ter parceria com o setor Comunicação da CNBB. É uma maneira de organizar porque a mídia católica tem o direito de se organizar e formar sua própria entidade”, afirmou o presidente da Comissão Episcopal.
Além das pautas tratadas na reunião, como as novas tecnologias e a Liturgia das Missas para as transmissões pelas TVs, a jornalista e professora da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), Viviane Medeiros, falou sobre o jornalismo nos meios católicos, destacando que estas mídias podem também abranger um público mais amplo e tratar de temas de prestação de serviço.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009
O Padre é todo de Cristo e da Igreja
“O Sacerdote deve ser inteiramente de Cristo e também da Igreja, á qual é chamado a dedicar–se com amor indiviso, como um esposo é fiel em relação a sua esposa”, afirma o Papa Bento XVI.
O Papa Bento XVI pergunta: qual é a finalidade do ANO SACERDOTAL? Ele mesmo responde: “(...) ele pretende contribuir para promover o compromisso de renovação interior de todos os sacerdotes, para um testemunho evangélico mais forte e incisivo no mundo de hoje”, (L’OS SEVATORE ROMANO, 04 de julho de 2009).
O padre é um homem escolhido pelo Senhor Deus com uma vocação para viver o dom do celibato, o desapego das coisas materiais e a obediência a seus superiores.
O padre deixe tudo pelo Reino de Deus. Esta preparando para levar a Boa Nova de Jesus Cristo a qualquer parte do mundo.
A missão da Igreja é messionar e o padre é um fiel missionário. A consciência missionária do sacerdote é imensurável. Fiel a Igreja de Cristo, o padre executa com fidelidade a sua missão de mensageiro da paz, da justiça e da verdade da salvação eterna.
O Padre é todo de Cristo, todo da Igreja e inteiramente fiel ao Evangelho do Reino de Deus. Seu compromisso é pregar todo o conselho de Deus (Atos 20,27). Anunciar a palavra da verdade em qualquer oportunidade (2 Tm 4,1-3). Ser amigo fiel de Cristo até a morte (Mt 25,21; Jo 15, 14.15).
Todo trabalho do sacerdote é coroado com o seu testemunho de santidade. A vida santa de um sacerdote é a maior pregação do evangelho. A principal via para o sacerdote ser respeitado e amado é a da santidade.
A perfeita vontade do bom Pai Celestial é a santificação de seus filhos (ler Mt 5,48; Rm 12,1.2; 1 Ts 4,3.4).
O excelente testemunho do padre faz da Igreja santuário de vida faz a Igreja cair na graça e no amor do povo e prepara os corações para ser tronos do Reis Jesus.
O filosofo grego Platão afirmou: “Que a beleza é tudo”. Podemos afirmar que a santidade é tudo para o sacerdote. Daí, o sacerdote deve manter uma vida plena de oração e a comunidade muito mais por ele.
A GRAÇA DO ANO SACERDOTAL
O Cardeal Dom Cláudio Hummes, Prefeito da Congregação para o Clero, explicou as razões desse Ano Sacerdotal. Transcrevo, a seguir, algumas passagens de sua Carta.
O Ano Sacerdotal (...) esta ás portas. “(...) Queremos empenhar-nos com determinação, profundamente e fervor, a fim de que seja um ano amplamente celebrado em todo o mundo, nas dioceses, nas paróquias e em cada comunidade local, como envolvimento caloroso do nosso povo católico, que sem dúvida ama seus padres e os quer ver feliz, santos e alegres no trabalho apostólico quotidiano”.
“Deverá ser um ano positivo e propositivo, em que a Igreja dirá antes de tudo aos sacerdotes, mas também, a todos os cristãos e á sociedade mundial (...) que ela se orgulha de seus sacerdotes, os ama, os venera, os admira e reconhece com gratidão seu trabalho pastoral e seu testemunho de vida. Realmente, os sacerdotes são importantes não só pelo que fazem, mas também pelo que são. Este ano seja também ocasião para (...) um ano de oração dos sacerdotes, com eles e por eles, um ano de renovação da espiritualidade do presbitério e de cada presbítero. A adoração eucarística pela santificação dos sacerdotes e a maternidade espiritual de monjas, religiosa consagradas e de leigas referente a sacerdotes, como já proposto, tempos atrás, pela Congregação para o Clero, poderiam ser desenvolvidas com frutos reais de santificação”.
Com a graça do Ano Sacerdotal, vamos realizar em prol dos nossos sacerdotes atividades para o enriquecimento do seu Santo Ministério.
Que o Divino Espírito Santo inspire cada comunidade para ajudar gloriosamente a vida sacerdotal do seu padre em todos os sentidos.
O Padroeiro dos sacerdotes, o Santo Cura d’Ars, disse: “O sacerdote, depois de Deus é tudo”. “Oh! Como é grande o sacerdote! Somente no céu havemos de compreender a sua dignidade. Se a compreendêssemos na terra, morreríamos não de temor mais sim de amor”.
Oremos sem cessar pelos sacerdotes.
“Deus e Senhor nosso, protegei a vossa Igreja, dai-lhe santos pastores e dignos ministros”.

quinta-feira, 25 de junho de 2009
Papa aos sacerdotes: vocação de ser “outro Cristo”
O sacerdócio não é meramente um “serviço” aos demais; o centro de uma vocação sacerdotal é a configuração da própria pessoa com Cristo, afirma Bento XVI.
O Papa dedicou a tradicional catequese de quarta-feira a aprofundar no significado do recém-inaugurado Ano Sacerdotal, com o qual se comemora o 150º aniversário da morte do Santo Cura d’Ars.
“Este novo ano jubilar nos convida a olhar um pobre agricultor convertido em humilde pároco, que realizou seu serviço pastoral em um pequeno povoado”, explicou o Papa aos presentes.
“Por que um Ano Sacerdotal? Por que precisamente na recordação do santo cura d’Ars, que aparentemente não fez nada de extraordinário?”, perguntou.
Para Bento XVI, não é “casual” que o encerramento do Ano Paulino tenha coincidido com o começo do Ano Sacerdotal. Dois santos, Paulo e João Maria Vianney, que “se diferenciam muito pelos trajetos de vida que os caracterizaram”.
No entanto, “algo fundamental os une: sua total identificação com seu próprio ministério, sua comunhão com Cristo que fazia Paulo dizer: ‘Eu vivo, mas já não sou eu; é Cristo que vive em mim’. Já São João Maria Vianney gostava de repetir: ‘Se tivéssemos fé, veríamos Deus escondido no sacerdote como uma luz atrás do cristal, como o vinho mesclado com a água’”.
O Papa explicou que hoje é difícil viver o ministério sacerdotal “num mundo em que a visão comum da vida compreende cada vez menos o sagrado, em cujo lugar o ‘funcional’ converte-se na única categoria decisiva, a concepção católica do sacerdócio poderia correr o risco de perder sua consideração natural, inclusive dentro da consciência eclesial”.
“Não é casual que tanto nos ambientes teológicos como também na prática pastoral concreta e de formação do clero, contrastam-se, e inclusive se opõem, duas concepções diferentes do sacerdócio”, uma “social-funcional” e outra “sacramental-ontológica”.
A primeira “define a essência do sacerdócio com o conceito do ‘serviço’: o serviço à comunidade, na realização de um função...”, enquanto a outra “não nega o caráter de serviço do sacerdócio, mas que o vê ligado ao ser do ministro e considera que este ser está determinado por um dom concedido pelo Senhor através da mediação da Igreja, cujo nome é sacramento”.
Na realidade, esclareceu, “não se trata de duas concepções contrapostas, e a tensão que contudo existe entre elas deve-se resolver a partir de dentro”.
“O sacerdote é servo de Cristo, no sentido de que sua existência, configurada ontologicamente com Cristo, assume um caráter essencialmente relacional: ele está em Cristo, para Cristo e com Cristo ao serviço dos homens.”
“Precisamente porque pertence a Cristo, o sacerdote está radicalmente ao serviço dos homens: é ministro de sua salvação, de sua felicidade, de sua autêntica libertação”, assinalou o Papa.
A respeito do “ministério da palavra” próprio dos sacerdotes, esclareceu que “a pregação cristã não proclama “palavras”, mas a Palavra, e o anúncio coincide com a própria pessoa de Cristo, ontologicamente aberta à relação com o Pai e obediente a sua vontade”.
“Um autêntico serviço à Palavra requer por parte do sacerdote que tenda a uma abnegação profunda de si mesmo”, acrescentou. “O presbítero não pode considerar-se ‘amo’ da palavra, mas servo”.
Isso “não constitui para o sacerdote um mero aspecto funcional. Ao contrário, pressupõe um substancial “perder-se” em Cristo, participando em seu ministério de morte e de ressurreição com todo o próprio eu: inteligência, liberdade, vontade e oferecimento dos próprios corpos, como sacrifício vivo”, afirmou.
O Papa expressou seu desejo de que o Ano Sacerdotal favoreça “o fortalecimento de cada presbítero até a perfeição espiritual da qual depende sobretudo a eficácia de seu ministério”.
Trata-se de “ajudar os sacerdotes e, com eles, todo o Povo de Deus, a redescobrir e revigorar a consciência do extraordinário e indispensável dom da Graça que o ministério ordinário representa para quem o recebeu, para toda Igreja e para o mundo, que, sem a presença real de Cristo, estaria perdido”.
(Inma Álvarez)
terça-feira, 23 de junho de 2009
Chamou-nos a servir
E cada pessoa tem essa responsabilidade de como cristão batizado interceder junto a Deus para que o nosso discernimento enquanto vocacionados a caminho do bom Pastor seja pela vontade de Deus. Pois, “tudo posso naquele que me fortalece” (Filipenses 4,13).
1º Ano de Filosofia
SEFISC- Seminário Filosófico de Santa Catarina.

quarta-feira, 17 de junho de 2009
Padre Fábio de Mello fala do celibato
Há pessoas que acham um absurdo o fato de padre não poder casar. Ando pensando no valor de ser só. Talvez seja por causa da grande polêmica que envolveu a vida celibatária nos últimos dias. Interessante como as pessoas ficam querendo arrumar esposas para os padres. Lutam, mesmo que não as tenhamos convocado para tal, para que recebamos o direito de nos casar e constituir família. Já presenciei discursos inflamados de pessoas que acham um absurdo o fato de padre não poder casar.
Eu também fico indignado, mas de outro modo. Fico indignado quando a sociedade
interpreta a vida celibatária como mera restrição da vida sexual. Fico indignado quando vejo as pessoas se perderem em argumentos rasos, limitando uma questão tão complexa
ao contexto do "pode ou não pode". A sexualidade é apenas um detalhe da questão. Castidade é muito mais. Castidade é um elemento que favorece a solidão frutuosa, pois nos coloca diante da possibilidade de fazer da vida uma experiência de doação plena. Digo por mim. Eu não poderia ser um homem casado e levar a vida que levo. Não poderia privar os meus filhos de minha presença para fazer as escolhas que faço. O fato de não me casar,
não me priva do amor. Eu o descubro de outros modos. Tenho diante de mim
a possibilidade de ser daqueles que precisam de minha presença.
Na palavra que digo, na música que canto e no gesto que realizo, o todo de minha condição humana está colocado. É o que tento viver. É o que acredito ser o certo. Nunca encarei o celibato como restrição. Esta opção de vida não me foi imposta. Ninguém me obrigou a ser padre, e, quando escolhi sê-lo, ninguém me enganou. Eu assumi livremente todas
as possibilidades do meu ministério, mas também todos os limites. Não há escolhas humanas que só nos trarão possibilidades. Tudo é tecido a partir dos avessos e dos direitos.
É questão de maturidade. Eu não sou um homem solitário, apenas escolhi ser só.
Não vivo lamentando o fato de não me casar. Ao contrário, sou muito feliz
sendo quem eu sou e fazendo o que faço. Tenho meus limites, minhas lutas cotidianas
para manter a minha fidelidade, mas não faço desta luta uma experiência de lamento.
Já caí inúmeras vezes ao longo de minha vida. Não tenho medo das minhas quedas.
Elas me humanizaram e me ajudaram a compreender o significado da misericórdia.
Eu não sou teórico. Vivo na carne a necessidade de estar em Deus para que
minhas esperanças continuem vivas. Eu não sou por acaso. Sou fruto de um processo histórico que me faz perceber as pessoas que posso trazer para dentro do meu coração.
Deus me mostra. Ele me indica, por meio de minha sensibilidade, quais são as pessoas que
poderão oferecer algum risco para minha castidade. Eu não me refiro somente
ao perigo da sexualidade. Eu me refiro também às pessoas que querem me transformar
em "propriedade privada". Querem depositar sobre mim o seu universo de carências e necessidades, iludidas de que eu sou o redentor de suas vidas.
Contra a castidade de um padre se peca de diversas formas. É preciso pensar sobre isso.
Não se trata de casar ou não. Casamento não resolve os problemas do mundo. Nem sempre o casamento acaba com a solidão. Vejo casais em locais públicos em profundo estado de solidão. Não trocam palavras nem olhares. Não descobriram a beleza dos
detalhes que a castidade sugere. Fizeram sexo de mais, mas amaram de menos.
Faltou castidade, encontro frutuoso, amor que não carece de sexo o tempo todo, porque sobrevive de outras formas de carinho.
É por isso que eu continuo aqui, lutando pelo direito de ser só, sem que isso pareça neurose
ou imposição que alguém me fez. Da mesma forma que eu continuo lutando para que os
casais descubram que o casamento também não é uma imposição. Só se casa aquele que quer. Por isso perguntamos sempre
– É de livre e espontânea vontade que o fazeis?
– É simples.
Castos ou casados, ninguém está livre das obrigações do amor. A fidelidade é o rosto
mais sincero de nossas predileções.
(Pe. Fabio de Melo)
