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domingo, 20 de novembro de 2011

Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo

Viva Cristo Rei!

Sabe-se que a Igreja encerra seu Ano Litúrgico com a Solenidade Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo. No entanto, poucos se dão conta de que se trata de uma festa relativamente recente, pois só foi instituída em 1925, portanto há menos de cem anos.

Mas o que levou o papa Pio XI a dedicar a primeiríssima encíclica de seu pontificado à criação de uma festa de Cristo Rei? (cf. carta encíclica Quas primas, 11/12/1925).

No início do século XX, o mundo, que ainda estava se recuperando da Primeira Guerra Mundial, fora varrido por uma onda de secularismo e de ódio à Igreja, como nunca visto na história do Ocidente. O fascismo na Itália, o nazismo na Alemanha, o comunismo na Rússia, a revolução maçônica no México, anti-clericalismos e governos ditatoriais grassavam por toda parte.

É neste contexto que, sem medo de ser literalmente “politicamente incorreto”, o papa Pio XI institui uma festa litúrgica para celebrar uma verdade de nossa fé: mesmo em meio a ditaduras e perseguições à Igreja, Nosso Senhor Jesus Cristo continua a reinar, soberano, sobre toda a história da humanidade.

Recordar que Jesus é Rei do Universo foi um gesto de coragem do Santo Padre. Com as revoluções que se seguiram ao fim do primeiro conflito mundial, em 1917, o título de Cristo Rei tornara-se um tanto impopular. Se o Papa tivesse exaltado Jesus como profeta, mestre, curador de enfermos, servo humilde, vá lá! Qualquer outro título teria sido mais aceitável. Mas Cristo Rei?!…

Mesmo assim, nadando contra a correnteza e se opondo ao secularismo ateu e anti-clerical, o Vigário de Cristo na terra instituiu esta solenidade para nos recordar que todas as coisas culminam na plenitude do Cristo Senhor: “Eu sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim de todas as coisas” (Ap 1, 8). É necessário reavivar a fé na restauração e na reparação universal realizadas em Cristo Jesus, Senhor da vida e da história.

Com esta solenidade o Papa Pio XI esperava algumas mudanças no cenário mundial:
Que as nações reconhecessem que a Igreja dever estar livre do poder do Estado (Quas primas, 32).
Que os líderes das nações reconhecessem o devido respeito e obediência a Nosso Senhor Jesus Cristo (Quas primas, 31).
Que os fieis, com a celebração litúrgica e espiritual desta solenidade, retomassem coragem e força e renovassem sua submissão a Nosso Senhor, fazendo com que ele reine em seus corações, suas mentes, suas vontades e seus corpos (Quas primas, 33).

Encerrar o Ano Litúrgico com a Solenidade de Cristo Rei é consagrar a Nosso Senhor o mundo inteiro, toda a nossa história e toda nossa vida. É entregar à sua infinita misericórdia um mundo onde reina o pecado.

Pilatos pergunta a Jesus se ele é rei. Nosso Salvador responde que seu Reino não é deste mundo. Ou seja, não é deste mundo “inventado” pelo homem e pelo pecado: o mundo da injustiça, da escravidão, da violência, do ódio, da morte e da dor. Ele é rei do Reino de seu Pai e, como rei-pastor, desde o alto da cruz, guia a sua Igreja em meio às tribulações.

Sabemos que o Reinado de Cristo não se realizará por um triunfo histórico da Igreja. É isto que nos recorda o Catecismo da Igreja Católica em seu número 677. Mesmo assim, no final, haverá sem dúvida uma vitória de Deus sobre o mal. Só que esta vitória acontecerá como acontecem todas as vitórias de Deus: através da morte e da ressurreição. A Igreja só entrará na glória do Reino se passar por uma derradeira Páscoa. A Esposa deve seguir o caminho do Esposo.

Fonte: Pe. Paulo Ricardo.

É assim que, nesta festa, o manto vermelho de Cristo assinala a realeza de Nosso Senhor, mas também nos recorda o sangue de tantos mártires Cristãos de nossa história recente. Foram fieis católicos que, ouvindo os apelos do Sucessor de Pedro, não tiveram medo de entregar suas próprias vidas e de morrer aos brados de “viva Cristo Rei!”

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Catequese do Santo Padre Bento XVI - Salmo 23

PAPA BENTO XVI

AUDIÊNCIA GERAL




Praça de São Pedro
Quarta-feira, 5 de Outubro de 2011


Salmo 23

Queridos irmãos e irmãs,


Abordamos hoje o Salmo 23, um texto muito conhecido e amado, no qual se exprime a certeza de saber-se guiado e protegido pelo Senhor. Ele é o Pastor que nos conduz e que não permite que falte coisa alguma. Trata-se, de fato, de um texto cujas imagens, ricas e profundas, acompanharam toda a história de Israel. A figura do Pastor evoca os tempos do Êxodo, o longo caminho pelo deserto, onde Deus guia o seu Povo como um Pastor, para a Terra Prometida. Mas, é com Cristo que toda a força simbólica deste salmo encontra a sua plenitude de significado. Jesus é o Bom Pastor que vai à procura da ovelha perdida, que conhece as suas ovelhas pelo nome. Ele é a luz que ilumina o vale tenebroso, e tira-nos todo o medo. Ele é o anfitrião generoso que nos acolhe e põe a salvo dos inimigos, preparando-nos a mesa do seu Corpo e do seu Sangue. Assim sendo, peçamos ao Senhor que nos conceda caminhar, pelas suas sendas, como rebanho dócil e obediente, e nos sacie nas “águas repousantes” do seu Espírito, da fonte de água viva que jorra para a vida eterna.



Saúdo cordialmente todos os peregrinos de língua portuguesa presentes nesta Audiência, nomeadamente o grupo de diáconos permanentes vindos de Lisboa e os sacerdotes da Arquidiocese de Diamantina, acompanhados de seu bispo. Possa cada um de vós, guiado pelo Bom Pastor, ser por todo o lado um zeloso mensageiro do amor de Deus e uma testemunha corajosa da fé. Que Deus vos abençoe!


Fonte: Vatican.va

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Pré missões Turmalina - MG 2011.wmv

Operários da Vinha

A parábola dos trabalhadores enviados para trabalhar na vinha em horas diferentes do dia sempre criou perplexidade para as pessoas que a leem com os olhos voltados apenas para o interesse do capital. Estamos no XXV domingo do Tempo Comum e o texto do Evangelho é Mt 20,1-16a). A pergunta que ressoa no coração das pessoas é se é aceitável o modo de fazer do patrão que dá o mesmo pagamento para quem trabalhou um dia inteiro e a quem trabalhou uma hora por dia. Não viola, isso, o princípio da justa recompensa?
Os sindicatos se levantariam em coro, hoje, se alguém fizesse o que fez esse patrão. A dificuldade surge a partir de um mal-entendido. Considera-se o problema da recompensa em abstrato ou, e, em geral, em referência à recompensa eterna no céu. Visto dessa maneira, ele realmente contradiz o princípio de que Deus "dá a cada um segundo suas obras" (Rm 2, 6).
Mas Jesus está se referindo a uma situação concreta, a um caso muito específico. O único dinheiro que é dado a todo o Reino dos Céus que Jesus trouxe à Terra é a oportunidade de fazer parte da salvação messiânica. A parábola começa dizendo: "O reino dos céus é semelhante a um proprietário que saiu...". O problema é, mais uma vez, aquele da posição de judeus e gentios, ou de justos e pecadores, em relação à salvação anunciada por Jesus. Também se os pagãos (respectivamente, os pecadores, os cobradores de impostos, as prostitutas etc.) somente diante da pregação de Jesus decidiram-se por Deus, enquanto antes estavam distantes ("ociosos") e nem por isso ocuparão uma posição diferente no Reino ou inferior. Também esses sentarão à mesma mesa e desfrutarão da plenitude dos bens messiânicos. Na verdade, porque esses se demonstram mais dispostos a aceitar o Evangelho, do que aqueles chamados "justos"; eis que se realiza aqui o que Jesus diz na conclusão da parábola de hoje: "Os últimos serão os primeiros e os primeiros últimos".
A parábola contém um ensinamento de ordem espiritual da máxima importância: Deus chama a todos e chama em todas as horas. O problema, é, em suma, da chamada, mais do que aquele da recompensa. Esta é a maneira com que esta parabóla foi utilizada na exortação de João Paulo II sobre a "vocação e missão dos leigos na Igreja e no mundo" (Christifideles laici). "Os fiéis leigos pertencem àquele povo de Deus que é prefigurado aos trabalhadores da vinha... Ide também vós para a minha vinha. A chamada não é apenas para os pastores, sacerdotes, religiosos e religiosas, mas estende-se a todos. Mesmo os fiéis são pessoalmente chamados pelo Senhor "(CL 1-2).
Mas assim mesmo podemos reflletir sobre uma questão social importante: o problema do desemprego. Quando perguntou ao mestre: "Por    que estais aqui ociosos o dia todo"? Os trabalhadores disseram: "Ninguém nos contratou". Esta resposta poderia ser dada hoje por milhões de desempregados que se encontram sem ocupação.
Na paróbola aparece o patrão que ao ver os trabalhadores desempregados às cinco da tarde concorda em levá-los mesmo quando eles serão inúteis no trabalho, só para lhes dar a dignidade, ao menos para lhes oferecer a oportunidade de ter um salário e sustentar sua família. Nós ouvimos como foi feito o acordo com os trabalhadores na primeira hora: uma quantidade de dinheiro será a sua recompensa. No momento do pagamento, o proprietário começa a pagar a partir dos últimos, dando-lhes a mesma quantia que tinha combinado com os primeiros. Então, pensaram os primeiros, a nós dará mais que o combinado. Entretanto, também esses recebem o mesmo que os últimos, ou seja, o que havia sido combinado. Ficam chateados, é claro, e murmuram entre si. Eles estão certos, podemos pensar, afinal esta atitude não está correta, pois muitos de nós com eles iríamos protestar, pedindo algum dinheiro a mais. Mas aquilo que receberam, no tempo de Jesus, era o salário mínimo diário, a fim de alimentar uma família... O patrão se preocupa e faz o bem. É bom e correto e depois revela a maldade escondida pelos primeiros trabalhadores. Antes da justiça existe a misericórdia, acima da lei e do contrato existe a atenção pela sobrevivência.
Aquele patrão sabe que os trabalhadores da última hora têm as mesmas necessidades dos outros; eles também têm filhos para alimentar, como há aqueles da primeira hora. Dando a todos o mesmo pagamento, o patrão mostra não só levar em conta os méritos, mas também a necessidade, diferentemente da mentalidade utilitarista, baseada exclusivamente em premiar o mérito (com frequência mais nominal que real) e pela antiguidade, e não sob as necessidades de cada pessoa. A parábola dos trabalhadores da vinha nos convida a encontrar um equilíbrio mais justo entre as duas exigências: do mérito e da necessidade.
No contexto da vinha do Senhor, neste domingo, 18 de setembro, receberemos em São Paulo, oriunda de Madrid, a Cruz e o ícone de Nossa Senhora, que vão peregrinar pelo Brasil e parte da América Latina em preparação à JMJ 2013 Rio de Janeiro. Que estes sinais da nossa fé nos animem a nos preparar condignamente para participar da Vinha do Senhor!

† Orani João Tempesta, O. Cist.
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Onde é a casa do povo?

A resposta a essa pergunta inclui muitas referências importantes por tratar-se de povo. Numa sociedade nada é mais importante do que o povo, sua cultura, seus valores, suas demandas e necessidades. Tem importância fundamental a sua casa. É referência ao respeito que o povo merece e o compromisso com a própria vida. Revela o seu equilíbrio e o horizonte que a inspira na justiça, no respeito ao direito e no apreço irrestrito à dignidade humana, com o compromisso de organizações e de funcionamentos que permitam e garantam a conquista da paz verdadeira.

Onde é a casa do povo? No rol de referências incontestáveis estão o parlamento da nação, as assembleias legislativas, bem como as câmaras municipais. É também casa do povo os lugares todos onde serviços relevantes e imprescindíveis como educação, saúde, lazer são prestados, visando garantias no âmbito dos direitos e necessidades - compromisso com uma vida qualificada, cidadã, entrelaçando homens e mulheres na luta pelas condições adequadas para a vida da família, dos grupos, associações e segmentos todos de uma sociedade.

A casa do povo não é o lugar de discriminação e preconceito, e está na contramão de todo tipo de marginalização ou despersonalização provocadora de prejuízos irreversíveis. O povo precisa de casa e deve sentir-se em casa - um elemento agregador na própria identidade e no fortalecimento da participação cidadã. A Igreja com suas comunidades é importante casa do povo. Incontestável e necessária, revela na sua configuração traços advindos dos valores sustentadores do equilíbrio indispensável para a vida das pessoas e sua inserção numa sociedade de valores. A Igreja com sua rede de comunidades, pelo serviço da espiritualidade essencial para a vida de todos os tempos, com o serviço social, a educação e outros programas e projetos, pauta seu funcionamento na dinâmica da comunhão e da participação. As diferenças, em razão de funções, responsabilidades e outras ações, não suplantam nunca a radical igualdade entre todos, pela condição batismal, a filiação divina. Todos são iguais, filhos e filhas de Deus, discípulos e discípulas de Jesus Cristo.

terça-feira, 26 de julho de 2011

O problema do mal

“Você acredita em Deus?” 

Com essa pergunta, a jornalista terminava uma longa entrevista com um conhecido esportista nacional. A resposta que ele lhe deu chamou minha atenção, porque expressa o que muita gente pensa a respeito do problema do mal. O drama e a angústia do esportista são a angústia e o drama de inúmeras pessoas, em situações, épocas e lugares diferentes: “É difícil dizer que acredito em Deus. Quanto mais desgraças vejo na vida, menos acredito em Deus. É uma confusão na minha cabeça; não encontro explicação para o que acontece. Por que é que meu filho nasce em berço de ouro, enquanto outro, infeliz, nasce para sofrer, morrer de doença, e há tudo isso de triste que a gente vê na vida? É uma coisa que não entendo e, como não tenho explicação, é difícil de acreditar em um Ser superior.”

O mal, o sofrimento e a doença fazem parte de nosso cotidiano. As injustiças, a fome e a dor são tão frequentes em nosso mundo que parecem ser normais e obrigatórias. Fôssemos colocar em uma biblioteca todos os livros já escritos para tentar explicar o porquê dessa realidade, ficaríamos surpresos com sua quantidade.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Bento XVI explica a Eucaristia às crianças

Encontro de Bento XVI com mais de cem mil crianças da primeira comunhão.
A seguir apresentam-se algumas das perguntas das crianças e as respostas do Papa:


 
André: Querido Papa, que recordação tens do dia da tua Primeira Comunhão?

Recordo-me bem do dia da minha Primeira Comunhão. Era um lindo domingo de Março de 1936, portanto, há 69 anos. Era um dia de sol, a igreja muito bonita, a música, eram muitas coisas bonitas das quais me lembro. Éramos cerca de trinta crianças, meninos e meninas, da nossa pequena cidade com não mais de 500 habitantes. Mas, no centro das minhas recordações alegres e bonitas está o pensamento o mesmo já foi dito pelo vosso porta-voz que compreendi que Jesus tinha entrado no meu coração, tinha feito visita justamente a mim. E com Jesus, Deus mesmo está comigo. Isto é um dom de amor que realmente vale mais do que tudo que pode ser dado pela vida; e assim estava realmente cheio de uma grande alegria porque Jesus tinha vindo até mim. E entendi que então começava uma nova etapa da minha vida, tinha 9 anos, e que então era importante permanecer fiel a este encontro, a esta Comunhão. Prometi ao Senhor, por quanto podia: "Gostaria de estar sempre contigo" e pedi-lhe: "Mas, sobretudo permanece comigo". E assim fui em frente na minha vida. Graças a Deus, o Senhor tomou-me sempre pela mão, guiou-me também nas situações difíceis. E dessa forma, a alegria da Primeira Comunhão foi o início de um caminho realizado juntos. Espero que, também para todos vós, a Primeira Comunhão que recebestes neste Ano da Eucaristia seja o início de uma amizade com Jesus para toda a vida. Início de um caminho juntos, porque caminhando com Jesus vamos bem e a vida se torna boa.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Corpus Christi - Sentido e origem

1. O sentido da celebração
Na quinta-feira, após a solenidade da Santíssima Trindade, a Igreja celebra devotamente a solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, festa comumente chamada de Corpus Christi. A motivação litúrgica para tal festa é, indubitavelmente, o louvor merecido à Eucaristia, fonte de vida da Igreja. Desde o princípio de sua história, a Igreja devota à Eucaristia um zelo especial, pois reconhece neste sinal sacramental o próprio Jesus, que continua presente, vivo e atuante em meio às comunidades cristãs. Celebrar Corpus Christi significa fazer memória solene da entrega que Jesus fez de sua própria carne e sangue, para a vida da Igreja, e comprometer-nos com a missão de levar esta Boa Nova para todas as pessoas.

Poderíamos perguntar se na Quinta-Feira Santa a Igreja já não faz esta memória da Eucaristia. Claro que sim! Mas na solenidade de Corpus Christi estão presentes outros fatores que justificam sua existência no calendário litúrgico anual. Em primeiro lugar, no tríduo pascal não é possível uma celebração festiva e alegre da Eucaristia. Em segundo lugar, a festa de Corpus Christi quer ser uma manifestação pública de fé na Eucaristia. Por isso o costume geral de fazer a procissão pelas ruas da cidade. Enfim, na solenidade de Corpus Christi, além da dimensão litúrgica, está presente o dado afetivo da devoção eucarística. O Povo de Deus encontra nesta data a possibilidade de manifestar seus sentimentos diante do Cristo que caminha no meio do Povo.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Dast - Studium Theologicum

Equipe Dast 5Equipe Dast 1Equipe Dast 2Equipe Dast 3Equipe Dast 4Equipe Dast 6
Equipe Dast 7Equipe Dast 8Equipe Dast 9Equipe Dast 10Equipe Dast 11Equipe Dast 12
Equipe Dast 13

Dast - Studium Theologicum, um álbum no Flickr.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Simplifique sua vida!

Tudo o que é belo tende a ser simples. Afirmação generalizante? Não sei. O que sei é que a beleza anda de braços dados com a simplicidade. Basta observar a lógica silenciosa que prevalece nos jardins. Vida que se ocupa de ser só o que é.

Não há conflito nas bromélias, não há angústia nas rosas, nem ansiedades nos jasmins. Cumprem o destino de florirem ao seu tempo e de se despedirem do viço quando é chegada a hora. São simples.

Não querem outra coisa, senão a necessidade de cada instante. Não há desperdício de forças, não há dispersão de energias. Tudo concorre para a realização do instante. Acolhem a chuva que chega e dela extraem o essencial. Recebem o sol e o vento, e morrem ao seu tempo.

Simplicidade é um conceito que nos remete ao estado mais puro da realidade. A semente é simples porque não se perde na tentativa de ser outra coisa. É o que é. Não desperdiça seu tempo querendo ser flor antes da hora. Cumpre o ritual de existir, compreendendo-se em cada etapa.

Já dizia o poeta: "Simplicidade é querer uma coisa só". Eu concordo com ele. O muito querer nos deixa complexos demais. Queremos muito ao mesmo tempo, e então nos perdemos no emaranhado dos desejos. Há o risco de que não fiquemos com nada, de que percamos tudo.

Aquele que muito quer corre o risco de nada ter, porque o empenho e o cuidado é que faz a realidade permanecer. O simples anda leve. Carrega menos bagagem quando viaja, e por isso reserva suas energias para apreciar a paisagem. O que viaja pesado corre o risco de gastar suas energias no transporte das malas. Fica preso, não pode andar pelo aeroporto, fica privado de atravessar a rua e se transforma num constante vigilante do que trouxe.

A simplicidade é uma forma de leveza. Nas relações humanas ela faz a diferença. O que cultiva a simplicidade tem a facilidade de tornar leve o ambiente em que vive. Não cria confusão por pouca coisa; não coloca sua atenção no que é acidental, mas prende os olhos naquilo que verdadeiramente vale à pena.

Pessoas simples são aquelas que se encantam com as coisas menores. Sabem sorrir diante de presentes simbólicos e sem muito valor material. A simplicidade lhe capacita para perceber que nem tudo precisa ter utilidade. E por isso é fácil presentear o simples.

Dar presentes aos complicados é um desafio. Não sabemos o que eles gostam, porque só na simplicidade é possível conhecer alguém. Só depois que as máscaras caem pelo chão e que os papéis são abandonados a gente tem a possibilidade de descobrir o outro na sua verdade.

Eu gostaria de me livrar de meus pesos. Queria ser mais leve, mais simples. Querer uma coisa só de cada vez. Abandonar os inúmeros projetos futuros que me cegam para a necessidade do momento. Projetos futuros valem à pena, desde que sejam simples, concretos e aplicáveis. Não gostaria que a morte me surpreendesse sem que eu tivesse alcançado a simplicidade. Até para morrer os simples têm mais facilidade. Sentem que chegou a hora, se entregam ao último suspiro e se vão.

Tenho uma intuição de que quando eu simplificar a minha vida, a felicidade chegará em minha casa, quando eu menos esperar. 
 
Autor: Fábio de Melo

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Só de ouvidos a quem te ama

Só dê ouvidos a quem te ama. Outras opiniões, se não fundamentadas no amor, podem representar perigo. Tem gente que vive dando palpite na vida dos outros. O faz porque não é capaz de viver bem a sua própria vida. É especialista em receitas mágicas de felicidade, de realização, mas quando precisa fazer a receita dar certo na sua própria história, fracassa.

Tem gente que gosta de fazer a vida alheia a pauta principal de seus assuntos. Tem solução para todos os problemas da humanidade, menos para os seus. Dá conselhos, propõe soluções, articula, multiplica, subtrai, faz de tudo para que o outro faça o que ele quer.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Intenções de Oração do Papa para o mês de junho

As intenções de oração do Papa Bento XVI para o mês de junho centram-se na intercessão pelos sacerdotes e no despertar de vocações.


Como intenção geral, o Santo Padre pede "para que os sacerdotes, unidos ao Coração de Cristo, sejam sempre verdadeiras testemunhas do amor atento e misericordioso de Deus". Na intenção missionária, Bento XVI reza "para que o Espírito Santo faça surgir em nossas comunidades numerosas vocações missionárias, dispostas a consagrar-se plenamente à difusão do Reino de Deus".

Todos os meses, o Pontífice confia suas intenções ao Apostolado da Oração, uma iniciativa que é seguida por milhões de pessoas em todo mundo.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Pondé e a Educação Sexual em sala de aula


"Leave the kids alone"
LUIZ FELIPE PONDÉ

FOLHA DE SÃO PAULO - 30/05/11

O Estado deve dar o direito aos gays de viverem como os héteros. Não deve dizer o que é normal
DE FATO existem pessoas racistas. Homofóbicas, antissemitas (que hoje em dia se escondem atrás do antissionismo), que não gostam de pobres e de nordestinos. Pessoas assim barateiam o debate contemporâneo, assim como as que simplificam as trincheiras teóricas em que vivemos nos últimos anos, jogando tudo no mesmo saco do "reacionarismo". Como se o mundo permanecesse nos limites de um "centro acadêmico em guerra contra a repressão da ditadura".

Acho que muita gente tem saudades dos tempos da ditadura porque se sabia onde estava o mal. Será mesmo? Nem tanto. Muita gente ainda não sabe que a luta armada no Brasil foi feita por pessoas que queriam fazer do país uma ditadura de esquerda. Tivessem eles vencido, estaríamos hoje numa grande Cuba.

Mas como seria bom se o mundo fosse simples assim, preto no branco, amigos e inimigos, bons e maus. Não é. Na maior parte do tempo é cinza e confuso.

O debate ao redor do "politicamente (in)correto" incendeia a mídia. Pessoas querendo "mudar" Monteiro Lobato, querendo "curar" gays e "decretar" que não devemos corrigir o português dos pobres porque isso é ruim pra autoestima deles.

Tenho preconceito contra essa gente que vive pensando na "economia da autoestima", sorry...

Tomemos como exemplo o debate sobre a luta pelos "direitos gays".

O STF aprovou a união civil dos homossexuais. Vou mais longe: acho que deveriam ter o direito de se casar também e de ter filhos. E de ir às reuniões chatas de "pais e mestres". E de ficar pobres como os héteros por causa dos filhos. E de descobrir que pouco importa sua "visão de mundo", você estará sempre errado diante de um filho que cresceu.

Acho que quem "bate em gay" deve pagar não porque bateu num gay, mas porque gay é gente como todo mundo. Sou contra leis especiais que protejam gays. Complicado? Sinto muito.

Se um professor interrompe um menino e uma menina que se beijam na sala de aula é ok, mas, se fossem dois meninos, seria "homofobia"?

Hoje os jovens (e todo mundo) têm medo de dizer qualquer coisa que não seja "gay é lindo". Não há nada de revolucionário em ser gay, nem existe uma "comunidade gay". Gays são pessoas atoladas nas mesmas misérias e erros humanos. Neuróticos, como todo mundo, com sofrimentos específicos.

E aí chegamos a uma questão que me parece muito representativa dos equívocos do debate ao redor da "questão gay" (um belo exemplo do fascismo do politicamente correto): o pretenso direito de o Estado querer discutir "a heterossexualidade como normatividade sexual".

Intenções como essas representam a tendência totalitária do Estado moderno em querer se meter em assuntos que não são da sua competência.
O governo não tem que se meter a dizer a ninguém o que é "sexualidade normal". Isso é um crime contra a liberdade. E isso vai acabar "batendo" na sala de aula. E, como ninguém sabe direito o que está fazendo na sala de aula, essa nova "modinha" vai pegar.
Já disse em outras ocasiões que sou contra a tal da educação sexual quando pretende discutir "ideologias sexuais". Como pai, tenho todo o direito de suspeitar da sanidade mental de uma professora de educação sexual, porque em matéria de sexo todo mundo é mal resolvido.

Se as famílias são um lixo e por isso exigem das escolas o que elas não podem dar, as famílias das professoras também são um lixo.
Imaginemos uma aula de educação sexual na qual vá se "questionar a normatividade" (ou normalidade) da heterossexualidade. Como seria uma aula dessas?
Que tal assim? Meninos e meninas colocando com a boca uma camisinha num pênis de plástico para, quem sabe, perceberem que meninos também podem gostar de fazer sexo oral em meninos.

Ninguém tem o direito de fazer isso. Nem pai, nem mãe e muito menos professores que, provavelmente, ao se dedicarem a isso, "provam" suas pequenas taras.
O Estado deve dar o direito aos gays de viverem como os héteros e mais nada. Não deve se meter a dizer o que é normal. As pessoas têm o direito de sentir o mal estar "que quiserem". E deixem os filhos dos outros em paz.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Situação da Política de Joinville

Parabéns a pessoa que teve a ideia e iniciativa de publicar essa realidade política da cidade de Joinville.

Martinho cabeça-dura

Na saída do vilarejo, tinha três estradas: uma conduzia ao mar, a segunda ia rumo à cidade e a terceira não levava para canto algum. O menino Martinho já tinha perguntado a muitos adultos onde aquela estrada acabava. - Em lugar nenhum - respondia o pessoal - e você tem uma cabeça bem dura para ainda não estar convencido disso! Assim Martinho foi apelidado de “cabeça-dura”. Mas ele não desistia e ficava sempre matutando. Perguntava a si mesmo e aos outros: Como é possível? Quem fez a estrada devia saber onde queria chegar! E insistia: quem já foi lá para ver?

Quando Martinho cresceu e pode se afastar mais de casa, tomou coragem e entrou decidido naquela estrada. “Agora eu vou saber!” repetia consigo mesmo. A estrada levava à mata bem fechada, e ainda dava para continuar. Estava escuro de baixo daquelas árvores, mas Martinho não desistiu. Estava cansado e com vontade de voltar, quando, de repente, apareceu um cachorro. “Se tem cachorro tem gente”, pensou alegre Martinho. Reanimado não mediu esforços e seguiu o cachorro que caminhava à sua frente. Finalmente viu um portão e atrás dele um jardim maravilhoso com um castelo lindo demais. Uma senhora muito bonita o acolheu com um sorriso e lhe disse: - Então, você acreditou! – Conversando, ela foi lhe mostrando a beleza do local e todas as riquezas nele guardadas. – Pode levar o que quiser – disse a bela senhora – Vou lhe dar uma carroça para carregar o que escolher -. Martinho não pensou duas vezes, encheu a carroça com muitas riquezas. Os cavalos já conheciam o caminho e o cachorro colaborava correndo à frente. Rapidamente chegou à praça do vilarejo, descarregou todos os presentes e se despediu do cachorro e dos cavalos, que desapareceram num piscar de olhos. O povo foi chegando. Martinho distribuiu quase tudo o que tinha trazido e teve que contar dezenas de vezes a sua aventura. Nos dias seguintes, muitos prepararam carroças e cavalos e se embrenharam naquela estrada, no entanto todos voltaram de mãos vazias e de cabeça baixa. Aquela estrada não conduzia mesmo a lugar algum. Isso aconteceu porque certos tesouros existem somente para quem acredita neles e abre por primeiro um novo caminho. E o primeiro tinha sido Martinho cabeça-dura.

Sempre gostei desta história, porque ela se parece muito com a nossa vida. Todos temos um caminho único e próprio a percorrer. Podemos ter inúmeros companheiros de viagem, mas somente nós podemos trilhar o caminho da nossa vida. Ainda podemos sair em grupo do mesmo lugar, mas os percursos são diferenciados. O que pode parecer fácil para alguns pode ser muito difícil para outros e vice-versa. Vivendo, cada um abre o seu próprio caminho. Alcançamos objetivos e realizamos projetos diferentes conforme as metas que sonhamos e que nos propomos conseguir com mais ou menos determinação, coragem e disposição. Na experiência de alcançar uma meta sonhada e desejada está a nossa alegria por mais simples e humilde que seja esta meta. Podem ser os pequenos passos de uma criança que aprende a falar e a andar, como os resultados de trabalhos e esforços de uma vida inteira. A tristeza da existência humana é não ter meta nenhuma. Não sonhar com nenhum “tesouro” que valha a pena ser buscado e alcançado. Maior é o bem desejado maiores serão também as dificuldades para alcançá-lo, mas muito maior ainda será a felicidade quando chegarmos lá.

Quem acredita que a vida é um dom do amor de Deus, só deseja encontrá-lo e fazer da sua existência um caminho para conseguir essa meta. Ele é o único tesouro que vale a pena buscar com todas as forças, acreditando e perseverando até o fim. Contudo ninguém alcançaria essa meta tão alta sem a ajuda de quem já sabe e está pronto para nos socorrer. Jesus se oferece para nós como “o caminho, a verdade e a vida” para chegar ao Pai. Cabe a nós liberar o caminho dos entulhos que nos impedem acertar a meta. Para quem acreditar e nunca desistir a alegria será sem comparações. A fé nos pede mesmo uma cabeça bem dura. 

Dom Pedro José Conti
Bispo de Macapá

12° Festival de Dança Sacra

quarta-feira, 18 de maio de 2011

O que é a caridade?

Cito, aqui, alguns textos de Santa Catarina de Sena, cuja substância é comum a todos os santos:

"O que é a caridade? 
É um amor inefável que a alma recebeu do criador com todo o seu afeto e com todas as suas forças. Eu disse que o recebeu do criador. E assim é a verdade (L 113). 
Nesse amor se consome todo umidade do amor próprio de si, e a alma se torna semelhante ao fogo do Espírito Santo (L 228). 
O amor, de fato, transforma e faz do amado e daquele que ama uma coisa só (L 108). 
Tanto que o coração e o afeto de quem ama não seria encontrado nele, mas naquilo que ele ama e no qual pôs seu amor. É tanta a força do amor que daquele que ama e daquele que é amado faz um só coração e um só afeto: porque se houvesse divisão no amor, o amor não seria perfeito (L 101). 
E verdadeiramente a alma que por amor está unida e transformada em Deus, faz como o fogo que consome em si a umidade da lenha: e quando elas estão bem aquecidas as incendeia e as converte de tal modo em si mesmo que dá a elas a mesma cor, calor e força que tem em si mesmo (L 137)."

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Felicidade é coisa simples

Não olhe a tristeza do homem destruindo uma floresta, olhe sim a
beleza de uma flor brotando...
Não sinta a chuva ácida queimar as coisas, sinta o frescor de uma
chuva após um dia quente.
Não imagine a poluição dos mares e nas praias, mas imagine o nado de
um golfinho numa água cristalina.
Não escute o barulho de uma máquina barulhenta, escute sim o canto dos
pássaros em uma floresta...
Muitas pessoas só se lembram das coisas ruins do mundo, das tristezas
que o mundo oferece.
Temos que lembrar que o mundo não é perfeito, mas que existem coisas
perfeitas nele.
Veja a felicidade nas coisas simples, pois a felicidade é simples, não
tente complicar uma coisa simples,
pois a simplicidade é o caminho para a FELICIDADE.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Do batom vermelho no trabalho

O erro das chatinhas é supor que a percepção da beleza feminina implica em excluir a capacidade feminina

Muitas leitoras me perguntam se sou contra a emancipação feminina. Como alguém pode ser contra uma mulher fazer o que quiser da vida e se desenvolver livremente? Ser contra a emancipação feminina é como ser contra aviões ou computadores.

O que leva muitas leitoras a pensarem que sou contra a emancipação feminina é porque não poupo o feminismo de seus excessos teóricos e de sua desmedida negação ideológica dos sofrimentos que a emancipação causou.

Não acredito na afirmação de que a sexualidade seja mero fenômeno social (teoria de gênero na sua versão "hard"), sou darwinista até a última gota de sangue: acho que nossas fêmeas (não apenas elas) carregam sobre suas almas o peso de milhares de anos de adaptação a condições específicas de cada sexo.

Por exemplo, para que serviria um macho chorão e covarde, em meio à savana africana, se escondendo atrás de "sua" fêmea grávida, no momento em que um predador fosse comê-los como janta? Para nada. Provavelmente as mais inteligentes se recusaram a reproduzir com tais frouxos. E elas legaram às suas filhas essa percepção aguda contra o macho fracassado.
Resultado, as fêmeas da espécie não suportam homens pobres, fracassados e deprimidos, mesmo que mintam por aí dizendo o contrário, porque ficou bonitinho mentir para deixar todo mundo feliz.

O pensamento público hoje em dia flerta com o jardim da infância. A mentalidade de classe média (covarde e mesquinha) devora a inteligência viril.
Lembro quando estava na sétima série do então "ensino fundamental", por volta de 1974. Estudava num colégio da elite branca de Salvador. Colégio jesuíta, que só tinha meninos. Naquele ano, os padres colocaram quatro meninas em cada classe. No ano seguinte, mais quatro. No seguinte, a sala estava cheia de meninas, todas lindas, pelo que me lembro. Com seus cabelos longos e cacheados.

Foi uma mudança cósmica. Novas hierarquias foram criadas. Os hábitos mudaram, passamos a brigar menos no recreio, não só o futebol contava, mas também com quem as meninas falavam. Quem comia o lanche com uma delas estava no paraíso.

Quem ganhava um sorriso de uma delas virava celebridade. Grande parte dos meninos morria de medo de falar com elas. Chegar perto era um ato heroico porque a indiferença era como a morte.
Os grupos de trabalho em classe disputavam cada uma delas. Grupos só de meninos eram a assinatura do fracasso.

É assim que vejo a emancipação feminina: um presente para nosso cotidiano, na escola, no trabalho, nos aeroportos, nos congressos, nas ruas. Com suas saias, calças justas, saltos altos, batons vermelhos, elas pintam nosso cotidiano com o desejo. E, com o desejo, o clássico inferno da insegurança de cada um de nós.

Imagino o horror que era trabalhar numa universidade onde todo o corpo docente fosse apenas de homens e as classes fossem cheias de rapazes. Que tédio.

Ou uma empresa onde apenas homens trabalhassem. Como seria uma reunião sem uma colega de pernas lindas resolvendo problemas sérios com um toque de charme inigualável?
Claro, as mais chatinhas me acusarão de machista quando pareço "defender" a emancipação feminina porque gosto de ver o mundo do trabalho cheio de saias curtas e batons vermelhos. Podem achar, não ligo para o que elas pensam. Dirão que sou um egoísta. Será culpa da minha mãe?

O erro das mais chatinhas está em supor que a percepção da beleza feminina implica em exclusão da percepção da capacidade feminina. Não, a beleza feminina torna a parceria com as mulheres no trabalho um oásis em meio ao deserto da violência profissional cotidiana.

Outro erro é não perceber o escopo da beleza feminina no cotidiano do trabalho. A beleza feminina inclui uma série de fatores que vai do corpo à voz doce ao dizer "bom dia", das ancas à forma sutil com que elas enxergam coisas para as quais os homens são cegos, surdos e mudos, da "intuição feminina" ao erótico de ter "um chefe" mulher.
A vida sem Eros é uma vida menor. Um mundo só de homens é em branco e preto. Prefiro o batom vermelho na boca à burca no corpo.

sábado, 30 de abril de 2011

Como És Lindo

Composicão: Padre Fábio de Melo



Que bom Senhor, vir ao teu encontro,
Poder chegar e adentrar à Tua casa
Sentar-me contigo e partilhar da mesma mesa.

Te olhar, Te tocar e Te dizer: meu Deus, como És lindo!

Ó meu Senhor, sei que não sou nada
Sem merecer fizeste em mim tua morada
Mas ao receber-te perfeita comunhão se cria

Sou em Ti, És em mim. Minh'alma diz: meu Deus, como És lindo!

SEGUNDO DOMINGO DA PÁSCOA

“PÕE TEU DEDO AQUI E OLHA AS MINHAS MÃOS. ESTENDE A TUA MÃO E COLOCA-A NO MEU LADO. E NÃO SEJAS INCRÉDULO, MAS FIEL.” 
(Jo 20,27)
Nossa porta está aberta ou fechada?

“Bem-aventurados os que creram sem terem visto” (Jo 20,29)


Olhando para os cristãos de hoje, olhando para a nossa sociedade que se diz cristã, fico pensando e repito como Nietzche (que era ateu...): “Porque saís de vossas igrejas com o rosto voltado para o chão e os olhos tristes como se estivésseis a sair de um velório? Não sois discípulos de um Senhor Ressuscitado?”


É, meus irmãos... Acho que ainda estamos com medo dos judeus e dos romanos!!! Muitos de nós ainda estamos com as portas fechadas... Não as portas de nossas Igrejas, nem de nossas casas, mas as portas de nosso coração, de nossa vida. Fico me perguntando a olhar tanto ódio, tanta maldade, tanta guerra, tanta fome, tanta morte, se a Igreja não estaria ainda trancada no Cenáculo, com medo...


Sentinelas da Manhã: somos discípulos de um Senhor Ressuscitado! E Ele está no meio de nós! Manifesta-se claramente a nós na Palavra proclamada que aquece os corações; nos sacramentos e, de modo especial, na Eucaristia celebrada a cada Domingo; no mais pobre e sofredor que nos ensina a humildade; no irmão que está ao meu lado! Será que precisamos de novo tocar nas chagas dele, como Tomé, para que ACREDITEMOS? Seria preciso isto para acreditar que o amor é realmente mais forte e que a vida venceu a morte? Será que Jesus precisa fazer mais ainda do que já fez para que de fato ACREDITEMOS NA VITÓRIA DO AMOR?


Há 33 anos, um grande amigo nosso nos dizia:


“Irmãos e Irmãs: não tenhais medo de acolher Cristo e de aceitar o Seu poder! E ajudai o Papa e todos aqueles que querem servir a Cristo e, com o poder de Cristo, servir o homem e a humanidade inteira! Não, não tenhais medo! Antes, procurai abrir, melhor, escancarar as portas a Cristo! Ao Seu poder salvador abri os confins dos Estados, os sistemas econômicos assim como os políticos, os vastos campos de cultura, de civilização e de progresso! Não tenhais medo! Cristo sabe bem ‘o que é que está dentro do homem’. Somente Ele o sabe! Hoje em dia muito frequentemente o homem não sabe o que traz no interior de si mesmo, no profundo do seu ânimo e do seu coração, muito frequentemente se encontra incerto acerca do sentido da sua vida sobre esta terra. E sucede que é invadido pela dúvida que se transmuta em desespero. Permiti, pois — peço-vos e vo-lo imploro com humildade e com confiança — permiti a Cristo falar ao homem. Somente Ele tem palavras de vida; sim, de vida eterna.” 
(Bem-Aventurado João Paulo II, o primeiro jovem Sentinela da Manhã de nossos tempos)


“Parece-me sentir a sua mão forte a apertar a minha; parece-me ver os seus olhos sorridentes e ouvir as suas palavras, dirigidas a mim em particular, neste momento: ” Não tenhas medo!”
( Bento XVI)

terça-feira, 26 de abril de 2011

PUCPR - Campanha Institucional 2011

quarta-feira, 6 de abril de 2011

A montanha de açúcar

            Uma antiga lenda da Ordem Dominicana conta que São Domingos de Gusmão, durante uma das suas primeiras aulas na famosa universidade de Sorbonne, em Paris, disse aos alunos:

-  Compreender Deus é impossível.

- Como? Nós não estamos aqui para isso? – perguntaram surpreendidos os estudantes. Continuou São Domingos:

- Nós somos como aquelas formigas que, um belo dia, chegaram aos pés de uma altíssima montanha de açúcar. Naturalmente não tinham a menor idéia da altura da montanha. Assim, cada uma arrastou, com grande esforço, um grão de açúcar até o formigueiro. Depois disseram umas às outras: “Amanhã voltaremos e traremos todo o açúcar para cá”. Vamos procurar não ser como aquelas formigas. O pouquíssimo que podemos compreender de Deus não nos torne completamente cegos.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Amor de Deus: certeza que não pode falhar

“Fé cristã nos assegura isso: Deus existe e é amor!”, disse em sua meditação à Cúria
Pe. Cantalamessa



"O primeiro e fundamental anúncio que a Igreja tem a missão de levar ao mundo, e que o mundo espera da Igreja, é o amor de Deus", disse hoje o Pe. Cantalamessa, pregador da Casa Pontifícia, diante de Bento XVI e da Cúria Romana.

O pregador do Papa dedicou sua segunda meditação quaresmal a falar do Deus-amor na criação, na Escritura, na encarnação de Cristo e em sua morte e ressurreição.

"Os homens precisam saber que Deus os ama e ninguém melhor que os discípulos de Cristo para lhes dar essa boa notícia."

sexta-feira, 25 de março de 2011

O santo padre sobre a Anunciação do Senhor

«O Verbo fez-se homem»

[…]

2. Desejamos hoje dar graças a Deus de modo especial pelo dom da salvação, que Cristo trouxe ao mundo com a sua Encarnação: «Et Verbum caro factum est O Verbo fez-se homem». Da contemplação deste mistério todos os crentes podem haurir uma nova energia espiritual para proclamar e testemunhar sem cessar Cristo, nossa única salvação, e servir fielmente o «Evangelho da vida» que ele nos confia.


Face a uma cultura da morte e aos ataques que, infelizmente, se multiplicam contra a vida do homem, nunca falte o empenho de a defender em cada uma das suas fases, desde o primeiro instante da concepção até ao seu fim. Oxalá a humanidade conheça uma renovada primavera da vida no respeito e no acolhimento de cada ser humano, em cujo rosto brilha a imagem de Cristo! Para isto rezamos juntos Àquela que «é uma mensagem de viva consolação para a Igreja na sua luta contra a morte» (Evangelium vitae, 105). […]


Fonte: Angelus - Papa João Paulo II - 25.03.2001

Anunciação do Senhor - Meu aniversário

Na Igreja antiga celebrava-se, pouco antes do Natal, o mistério da Encarnação; a isso se referem ainda os textos litúrgicos do terceiro domingo do Advento. Não foi apenas uma preocupação de exatidão cronológica que contribuiu para fixar a festa da Anunciação nove meses antes do nascimento do Senhor; cálculos eruditos e considerações místicas fixavam igualmente em 25 de março a data da crucifixão de Jesus e da criação do mundo. Deus não entrou no mundo pela força; quis "propor-se". O "sim" da Virgem Maria realiza definitivamente a aliança.

Nela está todo o povo da promessa: o antigo (hebreus) e o novo (a Igreja); "o Senhor está com ela", isto é, Deus é nosso Deus e nós somos para sempre seu povo. As leituras da Liturgia de hoje nos orientam para o mistério da Páscoa. O primeiro, o único "sim" do Filho, que, entrando neste mundo, disse: "Eis que venho para fazer a tua vontade" (Sl 39; Hb 10,4-10); recebe a resposta do Pai, o qual, depois da oferta dolorosa da paixão, selará com a ressurreição, no Espírito, a salvação apresentada a todos através da Igreja.


A Encarnação é também o mistério da colaboração responsável da Santíssima Virgem na salvação recebida como dom. Revela-nos que Deus, para salvarnos, escolheu essa pedagogia, a de passar através do homem: "... e o Verbo se fez carne e veio habitar no meio de nós... e nós vimos sua glória" (Jo 1,14).

Repetindo em cada Santa Missa: "Fazei isto em memória de mim!", o Senhor nos ensina a "darmos" também o nosso corpo e o nosso sangue aos irmãos. Tornamos assim digna de fé a salvação de Deus, encarnando-a também nos pequenos "sim" que todos os dias repetimos, a exemplo da Beatíssima sempre Virgem Maria.

terça-feira, 22 de março de 2011

Ismália

Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.

No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...

E, no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar...
Estava perto do céu,
Estava longe do mar...

E como um anjo pendeu
As asas para voar...
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...

As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar...
Autor: Alphonsus de Guimaraens*


*Alphonsus de Guimaraens (Afonso Henriques da Costa Guimaraens), nasceu em Ouro Preto (MG), em 1870 e faleceu em Mariana (MG), em 1921. Bacharelou-se em Direito, em 1894, em sua terra natal. Desde seus tempos de estudante colaborava nos jornais “Diário Mercantil”, “Comércio de São Paulo”, “Correio Paulistano”, “O Estado de S. Paulo” e “A Gazeta”.