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segunda-feira, 29 de março de 2010

O FIM DO CATOLICISMO?


Padre Zezinho, SCJ

Predizer e desejar a morte da mãe do outro enquanto ele é convidado a aceitar a nossa mãe como sua é desvio de conduta. O mesmo desvio cometem os que, membros de uma igreja de menos de 1 milhão de fiéis, desejam e anunciam o fim de uma igreja com 1 bilhão e duzentos milhões e convidam os fiéis da Igreja que se deseja morta a virem adorar com eles. Equivale a dizer: somos poucos, mas somos os melhores. Depois de Jesus e da sua proposta de fraternidade não há como aceitar semelhantes arroubos.

Corre, pela Internet, uma “profecia” que anuncia para breve o fim do catolicismo romano. Mais uma agressão a nós que, mesmo acreditando em ecumenismo, de vez em quando somos obrigados a ouvir tais rompantes e ainda ver pregadores a chutar com desprezo as nossas imagens e fiéis a quebrá-las em pleno santuário dedicado à memória da mãe do Cristo.

Dirão que alguns católicos também os ofendem, o que infelizmente é verdade e altamente condenável. Mas nada disso justifica o comportamento desses cristãos irados. Nem dos de cá nem dos de lá. A imensa maioria jamais diria ou faria tal coisa. São cristãos sensatos.

A profetiza que anunciou o fim dos católicos foi entusiasticamente aplaudida pelos fiéis presentes. Andou “bombando” na Internet. Na verdade ela apenas repete o que milhares de pregadores antes dela fizeram por razões ideológicas, religiosas ou políticas. Mas o catolicismo não acabou e os corpos dos tais profetas, se ainda existem, estão em algum túmulo esperando a ressurreição na companhia do filósofo Voltaire que também propunha que a “infame” fosse esmagada. Ele também queria o fim do catolicismo. O fim dele veio muito antes e parece que nem mesmo existe uma igreja voltairiana. Sua ira não colou!

Católicos de hoje são proibidos de querer o fim das outras igrejas. Encíclicas como a “Ut Unum Sint” de João Paulo II, deixam claro que agressões e ofensas como as do tempo da reforma e da contra ficaram para trás. Os livros daquele tempo vazavam ódio, tudo em nome da verdade mais verdadeira. É triste e é triste ler. Continua triste ver e ouvir algumas pregações que garantem que nossa Igreja será derrotada. Aos católicos não é permitido falar dessa forma. Sei disso porque leciono Pratica e Crítica de Comunicação nas Igrejas. Católico que falasse do jeito daquela pastora no mínimo será chamado às falas pelo seu bispo. Não é por aí que se evangeliza. Alguém diga isso àquela profetiza. Se queria nos ofender, conseguiu! ( Mt 5,22; 7,2)

Melhor cantor – Padre Fábio de Melo

Neste domingo, dia 28 de março de 2010, Padre Fábio de Melo deu a merecer com um carisma imensurável, coração e voz que alcança todo canto do Brasil, levando o troféu de melhor canto de 2009 no Domingão do Faustão. Ele concorreu com Daniel e Seu Jorge.

"Quem te Abandonou não te conheceu E quem não te conheceu já mais poderia ter amando" Pe. Fábio de Melo

Parabéns, pelo reconhecimento de Melhor Cantor do Ano, mas não pode-se deixar de lembrar que essa escolha já tinha sido feita muito antes e diretamente por Ele. Pelo reconhecimento da música católica estar em suas mãos.

quinta-feira, 25 de março de 2010

O sacerdote e a pastoral no mundo digital


O Papa Bento XVI escolheu como tema “O sacerdote e a pastoral no mundo digital: as novas mídias ao serviço da Palavra”, para a celebração do 44º Dia Mundial das Comunicações Sociais, que ocorrerá no dia 16 de maio de 2010. Com esse tema e com a mensagem para o dia, o Santo Padre exorta todos os padres, no Ano sacerdotal, a utilizarem as novas tecnologias para anunciar o Evangelho. Estamos diante de novos modos de comunicar, novas linguagens que devem ser colocadas a serviço do anúncio da Boa-Nova de Jesus Cristo, sentido de nossas vidas.

O que a mensagem não sugere

Por certo a mensagem não quis incentivar nosso lado consumista e ávido por novidades, principalmente no que diz respeito às novas tecnologias. Não sugeriu que levássemos laptops para os altares, menos ainda que rezássemos a Liturgia das Horas em palms ou e-books, ou ainda que usássemos o Datashow, o PowerPoint em nossas homilias, a não ser em casos especialíssimos, diante de um público específico. Na realidade, esses aparelhos não se coadunam com a sobriedade e a simplicidade da liturgia e, quando usados, parece que se introduz algo de artificial em nossas celebrações.

Com certeza, o Papa também deve ter pensado e dado como descontado que o serviço sonoro em nossas assembleias, se não é dos melhores, não pode deixar a desejar, de tal modo que permita uma boa comunicação entre o celebrante e toda a assembleia, permitindo que a Palavra de Deus seja proclamada e explicada adequadamente.

Os migrantes da máquina de escrever

Além disso, cremos que o Papa tenha pensado nos padres “migrantes”, que com dificuldade emigraram das antigas máquinas para o computador, e que frequentemente usam o computador como uma máquina de escrever, e com dificuldade conseguem enviar e receber um e-mail. Essa situação é compreensível, porque o mundo digital, ao mesmo tempo que fascina, também espanta. Hoje em qualquer produto que se adquira, desde um simples relógio digital, um telefone celular, sem contar os produtos de tecnologia mais sofisticada, vem com um manual de instruções nada animador. Aprende-se o mínimo indispensável e não se explora, sendo otimista, nem metade dos recursos oferecidos pelas novas tecnologias. O Papa, no ano passado, dirigindo-se aos jovens católicos no 43º Dia Mundial das Comunicações Sociais, além de exortá-los a testemunharem a própria fé na rede, reconheceu que eles pertencem à geração digital, e que eles se sentem à vontade no mundo digital, enquanto para nós adultos, “que tivemos de aprender a compreender e apreciar as oportunidades por esse mundo oferecidas à comunicação, muitas vezes tudo pareceestranho”.

Novas tecnologias

Aqui vemos a necessidade de explicar, ainda que brevemente, o que se entende por novas tecnologias. Para algumas pessoas, talvez o emprego dessa expressão seja óbvio, não necessitando de maiores esclarecimentos, porém, para muita gente, não está bem clara a revolução que aconteceu na Comunicação Social, a partir dos anos 90 e se prolongando no início do século XXI.

As novas tecnologias utilizam o código binário zero e um (0-1), que serve para representar os números decimais e todas as letras do alfabeto. Cada número tem uma representação de sete dígitos, de zero a um, bem como cada letra do alfabeto. O sistema binário foi usado por grandes computadores que inicialmente serviram à guerra; basta lembrar que os grandes computadores da IBM estavam a serviço, na Segunda Guerra Mundial, tanto das forças Aliadas quanto do Terceiro Reich. Essa tecnologia passou depois da guerra para a administração, e foi largamente usada pelos bancos. Outra descoberta importante foi o chip, que nada mais é que um circuito integrado feito de pequena placa de silício (material semicondutor), um minúsculo componente que armazena uma enormidade de informações, que permitiu a redução do tamanho dos computadores e abriu caminho para as novas tecnologias. A tecnologia digital passou da guerra para a administração, e dela para a Comunicação Social. A linguagem digital e os circuitos integrados possibilitaram uma verdadeira revolução na Comunicação Social. A partir de então, a fotografia, as produções cinematográficas, a música, os transmissores de rádio e televisão passaram a ser digitalizados. Como todos esses meios falam a mesma linguagem (linguagem digital), foi possível uma interação entre eles. O celular, além de atender e fazer ligações telefônicas, pode se transformar em aparelho receptor de rádio e de televisão, máquina fotográfica, numa tela de computador (desktop), e conectar-se à internet.

A Internet se constitui como uma rede internacional de comunicação realizada por computadores que proporcionam a transferência de dados para múltiplos usuários em todo o mundo. Qualquer pessoa pode ter acesso à Internet, basta para tanto ter um computador e estar conectado via modem a um telefone ou a um provedor de banda larga. A mobilidade celular e a Internet, com a comunicação de duas mãos (não só do emissor para o receptor – característica da comunicação massiva –, mas também do receptor para o emissor), criaram o espaço democrático na comunicação.

Nasce uma nova cultura

Assistimos ao nascimento de uma verdadeira revolução nos meios de comunicação social, um mundo novo é engendrado e o Papa o chamou de “continente digital”. É um mundo que cria uma nova cultura, que é a cultura da comunicação Essa cultura hoje é preexistente e precede qualquer conteúdo que se queira veicular. A Internet influi sobre o modo de pensar, e sobre os comportamentos, sejam eles pessoais ou coletivos. Pela internet, as pessoas se informam de maneira diferente, escrevem de modo diferente, trabalham com nova ferramenta, criam uma lógica também diferente, não mais a lógica do começo, meio e fim, mas uma lógica de associação de ideias e palavras-chave. Com a web as antigas categorias de espaço e de tempo foram transformadas. O “clic” daqui e dali leva a uma fragmentação no conhecimento e torna volátil o que está escrito, porque o escrito jamais é definitivo, pode sempre ser modificado e assim como aparece, pode desaparecer. Novas linguagens, novas abreviaturas, fotos, áudio e vídeo constituem nova gramática de uma linguagem sempre em evolução. A Internet é um instrumento e enquanto tal não é moral nem imoral. Tudo depende do uso que se faz desse instrumento. As redes digitais estreitam relacionamentos, criam fraternidade e solidariedade, promovem a paz, a justiça e os direitos humanos, compartilham o conhecimento que se torna um bem comum.

A mensagem papal

O grande desafio para a Igreja é evangelizar o “continente digital”, o que equivale a dizer que a Igreja deve estar presente de maneira qualificada na cultura da comunicação. Como estar presente na cultura da comunicação? Em primeiro lugar, conhecendo as características dessa nova cultura; em segundo, usando uma linguagem compreensível. Neste ponto, ocorrem normalmente dois problemas: a) a inteligência do povo é subestimada; b) a linguagem usada é uma linguagem hermética, supondo que todos conheçam a linguagem usada pela Igreja. Por fim, em terceiro lugar, assumindo a linguagem das mídias digitais. Um grande pecado da mídia da Igreja é a falta de profissionalismo e o uso inadequado da linguagem dos meios de comunicação social. Esse pecado já foi transferido para a internet, onde se veem poucos sites de qualidade e muitos que não passam de mera repetição dos boletins paroquiais e diocesanos, já de baixa qualidade. Muitos sites não respeitam a linguagem das novas tecnologias, são estáticos e desconhecem a interatividade. O Papa pede que os sacerdotes se empenhem em exercer seu ministério sacerdotal entrando decididamente no ciberespaço, lembra “que a fecundidade do ministério sacerdotal deriva primariamente de Cristo encontrado e escutado na oração, anunciado com a pregação e o testemunho de vida, conhecido, amado e celebrado nos sacramentos da Santíssima Eucaristia e da Reconciliação”. Fala de um exercício de “diaconia à cultura”, e que os presbíteros devem dar “uma alma não só ao seu serviço pastoral, mas também ao fluxo comunicativo das redes”.

Cremos que o Papa, com suas palavras, quer encorajar os presbíteros a afrontar o desafio de evangelizar o mundo digital com o mundo digital. Não se trata de um apelo para que todos os padres tenham um blog, trata-se sim de um apelo para que os presbíteros se circundem de leigos competentes para a implantação dos sites paroquiais e que também acompanhem de perto os leigos que estão se lançando ou já se lançaram na evangelização via internet. Se não se chega a evangelizar a rede, que pelo menos se evangelize com a rede.

Não podemos esquecer que a missa, como liturgia-sacramento e a homilia, por estar inserida nesse contexto do mistério eucarístico, não permite ao presbítero ensinar muita coisa sobre teologia e moral. Sabemos que o ensino religioso não vai muito além da catequese para crianças. Existe uma legião de leigos e leigas que pouco ou nada entendem, por exemplo, sobre a estrutura da Igreja católica apostólica romana, das principais verdades da fé, nem compreendem mais profundamente tudo o que diz respeito ao cristianismo. A maioria dos católicos deixa-se influenciar facilmente pelos meios de comunicação social que, muitas vezes, fazem questão de associar tudo que diz respeito à fé e à igreja ou religião com obscurantismo, dogmatismo etc.

Como defender o posicionamento moral da igreja sobre temas delicados numa homilia, em poucos minutos?

Por que não aproveitamos esses novos meios para divulgar o que temos de mais puro, verdadeiro e belo? Nossa liturgia é plena de símbolos, gestos e estímulos para os sentidos. Temos uma infinidade de santos e santas que escreveram e a maioria de suas obras é inacessível para a maior parte de clero e dos fiéis. Tudo, excetuando-se a participação nos sacramentos, pode ser difundido pelos meios digitais. Existe um universo a ser compartilhado.

Os padres devem, à medida do possível, entrar nas redes através do twitter, orkut, youtube, myspace, facebook, dos fóruns, dos chats e do correio eletrônico. O ideal é cada paróquia constituir uma rede com seus paroquianos, e que o padre possa estar em contato com eles via Internet, lembrando sempre que a interatividade e a rapidez são o sucesso das novas tecnologias.

A Internet deveria também ser um espaço de e-learning (educação à distância), uma vez que a catequese dos católicos é fraca. Poderiam ser oferecidos cursos bíblicos, cursos de liturgia, catecismo pela internet. Os sacerdotes deveriam com rapidez responder às dúvidas dos seus paroquianos, quando elas surgem. Se bem empregadas, as novas tecnologias sem dúvida ajudarão muito na pré-evangelização, dizemos pré-evangelização porque a evangelização, como nos ensina a Igreja, não se reduz apenas ao anúncio da Boa-Nova, mas deve conduzir à participação sacramental, principalmente da Eucaristia, que se apresenta como fonte e ápice de toda a evangelização.

Pe. Manoel Conceição Quinta, SSP

quarta-feira, 24 de março de 2010

Pastoral Digital

O desejo da Igreja é que saibamos colocá-la a serviço da Palavra





Fiquei em dúvida se chamaria esta nova forma de pastoral da comunicação de digital, de ciberespaço ou cibernética. Atualmente os termos envelhecem rapidamente. O tempo e os desenvolvimentos futuros dirão e escolherão os passos, caminhos e nomes para essa missão da comunicação nesta época.


Acredito que uma nova maneira de fazer pastoral de comunicação está sendo suscitada pela Igreja através da mensagem do Papa Bento XVI para o 44º Dia Mundial das Comunicações Sociais. Como ocorre o Ano Sacerdotal, o tema tem essa referência, mas, sem dúvida, é dirigido a todos os católicos: “O sacerdote e a pastoral no mundo digital: as novas mídias a serviço da Palavra”. Como sempre acontece no Brasil, esse dia é celebrado no Domingo da Ascensão, este ano no dia 16 de maio de 2010.

Um grande passo foi dado. Havia na cabeça e no comportamento de muitos certo medo das novas mídias ou novas ferramentas de internet, por ser esse um território livre, onde há de tudo. É um medo infundado, pois se assim o fosse não poderíamos estar no ramo dos livros e das revistas porque existem muitos livros e revistas que não são recomendáveis para os cristãos e talvez nem para as pessoas de certa dignidade.

Estávamos presentes nesses meios com certa timidez e até mesmo com certo temor. Sabemos, porém, que os “digitais nativos” já utilizam essas mídias com desenvoltura e naturalidade incríveis e, quando cristãos, sabem utilizar muito bem tudo isso para um trabalho evangelizador. Podemos anunciar que o desejo da Igreja é que saibamos colocar as novas mídias a serviço da Palavra, ou seja, de Cristo, fazendo agora a pastoral digital ou no mundo digital.

A nossa Comissão Episcopal enviará às Dioceses cartazes e textos com os subsídios para bem celebrar esse dia em todas as comunidades e paróquias, aliás, é o único dia criado pelo Concílio Vaticano II. Isso está no documento "Inter Mirifica", um dos dois mais antigos documentos emanados do Concílio. Ele inicia, além da série de importantes documentos para a renovação da Igreja na década de sessenta, também uma orientação para os novos tempos que estavam surgindo naquela época no campo dos meios de comunicação. A Igreja tem como missão evangelizar, ou seja, comunicar a Morte e Ressurreição de Jesus Cristo, que foi enviado pelo Pai para nos comunicar a Sua Vontade. Se o documento conciliar é apenas indicativo, ele abriu, no entanto, os caminhos para as diferentes situações que se seguiriam posteriormente. Cada ano, os Pontífices Romanos anunciam, na festa dos Arcanjos Gabriel, Rafael e Miguel, o tema anual e publicam o texto no dia da Festa de São Francisco de Sales.

Saudamos carinhosamente os que se dedicam a essa missão e incentivamos para que o façam com ânimo sempre renovado – de levar todos os homens e mulheres a construírem uma sociedade justa e fraterna, além de alimentar a fé do nosso povo através de escritos, filmes, Power points e tantos outros meios. Quando, neste ano, tivermos a graça de criar a “Signis Brasil”, como filial da Signis Mundial, também ali deverá ter um setor para os portais de inspiração católica se filiarem, além das rádios, televisões, revistas, jornais e impressos. Atualmente temos ótimos portais de notícias ligados a grupos católicos que, além de passarem os acontecimentos, formam, através de eventos e textos, as pessoas no caminho cristão. A grande questão é saber escolher a reta doutrina e aqueles que sabem construir a unidade na diversidade. Isso está entre outras iniciativas louváveis, somente para recordarmos das propostas que são colocadas diante de nossas telas de formação permanente da doutrina cristã, de anúncio da Palavra de Deus e de notícias acerca da vida da Igreja no Brasil e da vida das próprias dioceses, paróquias e comunidades.

Urge uma conversão pastoral de nossos presbíteros, como nos pede o Papa para o Dia Mundial das Comunicações, em colocar, como meta primeira de sua pastoral, a pastoral da comunicação e da acolhida, que hoje não pode prescindir de ser, também, da internet e dos meios correlatos.

Não tenho dúvidas de que a Igreja que peregrina no Brasil está fortemente amparada na vontade deliberada de dar especial apoio a todos os sites e meios eletrônicos que anunciem o Cristo Ressuscitado e que levem o homem e a mulher de nossos dias a buscar a santidade pelo conhecimento e pelo seguimento apaixonado pelo Redentor.

A todos uma bela e comprometedora celebração do Dia Mundial das Comunicações Sociais, e que isso ajude a criar ou incrementar ainda mais a Pastoral da Comunicação em nossas comunidades e abrir-nos para o diálogo com os comunicadores de nossa região.


Dom Orani João Tempesta

Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro

sexta-feira, 19 de março de 2010

XVI Congresso Eucarístico Nacional

XVI Congresso Eucarístico Nacional

Coincidindo com a data da comemoração dos 60 anos das Equipes de Nossa Senhora do Brasil o XVI Congresso Eucarístico Nacional inicia no dia 13 de maio e prossegue até o dia 16 de maio de 2010 em Brasília – DF. O Tema do Congresso é: Eucaristia, Pão da Unidade dos Discípulos Missionários, e o Lema: Fica Conosco, Senhor! (cf. Lc 24,29)


Segundo informações do site oficial do evento (
www.cen2010.org.br), estão previstos para os quatro dias de festas: adoração ao Santíssimo Sacramento, celebrações eucarísticas, reflexões, exposições, vigília, palestras e evangelização. Tudo com a entrada gratuita.


O site ainda informa que o ponto central dos eventos será a Esplanada dos Ministérios, mas a programação envolverá outros locais: Ginásio Nilson Nelson, Centro de Convenções Ulysses Guimarães, Complexo Cultural do Museu Nacional da República e a Paróquia Nossa Senhora do Lago. Como movimento de espiritualidade, conjugal devemos participar fisicamente ou com nossas orações e intenções dessa comemoração, que é celebrar Jesus Eucarístico no meio de nós!

MAGNIFICAT.

quinta-feira, 11 de março de 2010

OS MELHORES LUGARES PARA SE VIVER NO MUNDO



A Revista Businessweek publicou a lista com os melhores lugares do mundo para se viver. Sydney apareceu em décimo lugar. Sinceramente acho que faltaram alguns lugares, mas como a lista não é minha não vou me meter.

A qualidade de vida em Sydney é muito boa, mas é notável que ela tem caído em todas estas listas todos os anos, não vou me surpreender se daqui a 10 anos ela estiver fora do top 20, não por não ser uma cidade boa, mas por não ser tão boa nos índices que medem a qualidade de vida nestas cidades.

Um dos fatores que pra mim Sydney vem perdendo posições é o alto preço dos alugueis.

Já outra cidade injustiçada, que a meu ver deveria estar um pouco mais acima na lista é Melbourne. Melbourne ano passado passou Sydney em número de imigrantes escolhendo a cidade como local de residência. Hoje quem vem pra Austrália está indo mais pra Melbourne do que ficando em Sydney.

Pessoalmente gosto de Melbourne, não sei se moraria lá, pois já estou muito acostumado com Sydney e estou me tornando como aqueles Nova Iorquinos que não saem da cidade pra nada.

Zurique na Suíça ficou em primeiro lugar na lista, seguida pro Viena e Genebra. Agora eu sei por que estes suícos quando vem estudar inglês aqui voltam correndo para seus países.

Segue a lista completa abaixo


1º Zurique, Suíça


2º Viena, Áustria

3º Genebra, Suíça

4º Vancouver, Canadá

5º Auckland, Nova Zelândia


6º Dusseldorf, Alemanha

7º Munique, Alemanha


8º Frankfurt, Alemanha


9º Bern, Suíça

10º Sydney, Austrália

11º Copenhaga, Dinamarca


12º Wellington, Nova Zelândia


13º Amsterdã, Holanda



14º Bruxelas, Bélgica



15º Toronto, Canadá


16º Berlim, Alemanha


17º Melbourne, Austrália


18º Luxemburgo, Luxemburgo


19º Ottawa, Canadá

20º Estocolmo, Suécia

21º Honolulu, EUA



(imagens:Getty Images)

sexta-feira, 5 de março de 2010

“LOURDES”, O FILME PELO QUAL NINGUÉM ESPERAVA

Em geral, os murmúrios despertados por um filme de tema católico suscitam maus presságios a respeito de seu conteúdo sacro.

Exceção feita ao filme de Mel Gibson “Paixão de Cristo”, de 2004, quanto maior a atenção dada a um filme que trate de religião, maiores são as chances de que este seja hostil aos católicos.

Por tudo isso, quando “Lourdes”, filme da diretora austríaca Jessica Hausner, foi exibido no Festival de Cinema de Veneza, e venceu um prêmio da União dos Ateus (ainda que, para mim, o prêmio ateu de cinema por excelência seja mesmo a Palma de Ouro), eu esperava pelo pior.

Hausner, entretanto, me pegou completamente de surpresa com seu filme caloroso e muito humano; não piedoso, mas respeitoso; que não evangeliza, mas também não rejeita.

A trama gira em torno de uma menina francesa, Christine, presa a uma cadeira de rodas por uma enfermidade que poderia ser esclerose múltipla. Seus braços paralisados parecem condená-la definitavamente à cadeira. Etérea e com olhos grandes, não é uma imagem que desperta piedade; é a imagem de um outro mundo, a de um contexto desconhecido.

Christine não é particularmente devota, e dirige-se a Lourdes, principalmente, pela companhia, e para trocar de ambiente, mais do que por uma esperança de uma cura milagrosa. É a primeira a dizer que prefere os “lugares culturais, como Roma, aos religiosos” (ganhando assim imediatamente minha simpatia). Movida por simples espírito de camaradagem, junta-se à multidão de pessoas de todas as cores, línguas e doenças – sejam espirituais ou físicas – que se encontram reunidas em Lourdes.

Hausner não esconde a exploração comercial dos santuários. O enorme comércio de souvenirs e a massiva infra-estrutura turística mostram bem como são os negócios em Lordes. Tendo vivido em Roma e estado recentemente na Terra Santa, o filme me tocou por sua justaposição entre o sagrado e o profano. Quando Hausner permite, porém, que a Basílica de Lourdes entre em cena, os enfeites de plástico dão lugar à imponente majestade da igreja.

A impressionante construção se opõe às colinas e ao céu, como um símbolo de algo muito superior às atividades comerciais que se dão ao seu redor.

O filme leva o espectador a Lourdes através do olhar de Christine, que, como os outros, entra na fila para tocar as paredes da Gruta, banhar-se nas águas e receber a unção dos enfermos. Em nenhum momento Hausner ridiculariza a fé dos fiéis ou suas orações para obter saúde; mas leva o espectador a um mundo no qual os doentes constituem um grupo privilegiado, e no qual os que têm saúde são os curiosos.

O som desempenha um papel importante na obra, com o ruído das vozes substituindo a trilha sonora e o som de cadeiras e pés arrastados fornecendo a percussão. Os sons ásperos da vida cotidiana se suavizam apenas nas cenas que retratam as cerimônias sacras, nas quais o público é aliviado pelos cantos, o som de um órgão ou pela "Ave Maria".

O pacífico sacerdote de feições redondas que acompanha o grupo é apresentado de maneira positiva, distante das caricaturas de sacerdotes tão comuns no cinema contemporâneo. Acentua o verdadeiro propósito de Lourdes: não curar o corpo, mas ajudar as pessoas a aceitar a vontade divina como fez a Mãe de Deus. Apresenta a questão chave: um corpo paralisado pela doença traz mais dor do que uma alma paralisada pela dúvida e pelo medo? Sua fé tem raízes sólidas, mas nem mesmo ele está imune à tentação de degustar a luz de um milagre.

Neste filme, os católicos apreciarão a figura de uma senhora idosa que reza pela cura de Christine e está sempre preocupada com ela. Sua fé simples, sua intercessão constante e, finalmente, a confissão Christine, terão como fruto o fato de que a jovem paraplégica voltará a andar.

A “cura” é apenas um ponto no meio do filme. As verdadeiras indagações serão colocadas a partir de então. É uma regressão da doença? É uma intervenção divina? É definitiva? O que fará Christine a partir dela? Onde termina o trabalho daquele que intercede, e qual será o preço desta cura?

Se Christine estava presa à cadeira de rodas como uma criança, logo se tornará uma adolescente. Agora que sua doença física desapareceu, estará à mercê de sua fraqueza espiritual. Como os voluntários da Ordem de Malta, apresentados flertando, bebendo e fazendo piadas de teor cético, tenta participar dos divertimentos a que não tivera acesso por sua doença.

Ainda que esta cena possa ser entendida como uma referência à hipocrisia ou a uma falta de sentido da religião, estas questões me atingiram profundamente e as considero muito humanas. Deixam um senso de esperança para todos nós.

Embora não se trate de um filme fácil, a ausência de blasfêmias, nudez ou profanações em “Lourdes” é muito reconfortante, e a narrativa é capaz de atingir com sucesso o público moderno, que tende a ver os santuários como um mero negócio lucrativo, abrindo espaço para um debate pacífico e equilibrado sobre a fé.

__________________

* Elizabeth Lev leciona Arte e Arquitetura Cristãs no campus italiano da Duquesne University e no programa de Estudos Católicos da Universidade San Tommaso. Pode ser contatada no e-mail: lizlev@zenit.org

quinta-feira, 4 de março de 2010

“Novo ataque à Moral e à Vida”

Recebi há alguns dias um artigo de jornal intitulado “Pulseiras do sexo e da discórdia”. Este artigo começa assim: Adereço, com conotação sexual, virou febre entre os adolescentes, mas preocupa os pais.

Li com atenção e indignação este artigo, crescendo dentro de mim um sentimento profundo de compaixão pelas crianças, adolescentes e jovens que mais uma vez são violentados na sua moralidade por adultos irreverentes, maldosos e interesseiros que procuram ganhar dinheiro em cima da fraqueza e da inocência das crianças que começaram a usar os novos tipos de pulseiras que induzem ao uso da sexualidade antes do tempo.
O artigo é de Vitor Ferri que coloca também o endereço eletrônico ao abrir o seu escrito. Ele diz assim: “à primeira vista, uma colorida pulseira de plástico nos pulsos das crianças parece inocente. Mas, na realidade elas são um código para experiências sexuais, onde cada cor significa um grau intimidade, desde um abraço até ao sexo propriamente dito.
A moda, iniciada na Inglaterra, se disseminou pelo mundo, principalmente via internet. Quem as usa está automaticamente participando de um tipo de jogo, (o Snap), que funciona assim: uns tentam arrebentar a pulseira do outro. Aquele que consegue, ganha o direito ao “ato” ao qual a cor da pulseira corresponde. As cores são assim distribuídas:
Amarela: abraço – Rosa: Mostrar o peito – Laranja: dentadinha de Amor – Roxa: beijo com a língua e talvez sexo – assim vão todas as cores até a cor dourada que dá direito a fazer todos os atos das doze cores.
É um absurdo que merece um ação especial do Juizado de menores, dos pais, das escolas, da Igreja, da Polícia e de uma forma bastante rígida um levante de toda a sociedade, pois levados pelas modas os adolescentes e as crianças que não conhecendo a malícia da coisa, acabam sendo violentados na sua intimidade.
Eu convido você que leu este artigo a passá-lo à frente e entrar numa campanha contra a fabricação, a venda e o uso destas tais pulseiras, pois calar é consentir que esta barbaridade se espalhe mais do que já se espalhou.
Pais, mães, mestres, avós e todos de boa vontade que buscam o bem defendam seus filhos, seus netos e as crianças de todo o mundo e demos juntos um basta a tamanha desonestidade.

Madre Maria José do Espírito Santo, CMES.

terça-feira, 2 de março de 2010

Lutem contra isso - Folha de São Paulo - CARLOS HEITOR CONY: Jesus era gay? E daí?

LEIAM E PERCEBAM ONDE A MISÉRIA HUMANA PODE CHEGAR. FALTA DE CONHECIMENTO DE SI E FRUSTRAÇÃO.

NA INTEGRA DA FOLHA DE SÃO PAULO:

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

CARLOS HEITOR CONY Jesus era gay? E daí?

DE TEMPOS em tempos, quando ninguém tem mais nada a dizer e os jornais a publicar, desencavam a figura mais problemática da história da humanidade: nada menos que Jesus Cristo. Antes de mais nada, um ser teologicamente composto de duas naturezas, a divina (para os seus crentes) e a humana, para o resto. Não vem ao caso discutir a natureza divina do personagem, pouco entendemos dos deuses, até mesmo a teologia, que deveria entender do assunto, limita-se, no fundo, a esclarecer que o homem jamais entenderá a natureza de Deus, nem entender o próprio Deus em si.

Resta o homem e aí começa a confusão. Há mesmo aqueles que chegam a negar ou a duvidar de que um dia existiu um Jesus de Nazaré, tal como a história mais ou menos moldou, personagem que teria vivido na Judeia, então província do Império Romano, cujo procurador, na época final de sua vida, foi Pôncio Pilatos, sendo Herodes o rei local que, aliás, não mandava nada.

Esse personagem, mesmo limitado à sua natureza humana, dividiria as duas eras em antes e depois dele. Se realmente não existiu, nossa contagem de tempo reside num equívoco que não seria o único da história. Mas, se existiu, é extraordinária a sua importância, mesmo em seu aspecto humano, desprezando-se, para argumentar, a sua essência divina -que fica reservada aos crentes.

É, de longe, o personagem mais estudado e citado na crônica dos homens, a começar que, de estalo, teve diversos biógrafos, sendo quatro deles (Mateus, Lucas, Marcos e João) aceitos mais ou menos como os mais verazes, e, a partir dos quais, criou-se, com a ajuda de Paulo de Tarso, a pedra angular do cristianismo, religião dominante no Ocidente até hoje. Religião que deu um subproduto tão importante como o próprio cristianismo: o catolicismo.

Pelo vigor histórico das duas crenças, o cristianismo e o catolicismo, este último foi estruturado na instituição mais antiga do Ocidente, a Igreja Católica Apostólica Romana, cuja presença na história se confunde, em muitos lances, com a própria história.

De tempos em tempos -como ia dizendo- surgem palpiteiros de diversos quilates ou sem nenhum quilate, que, 21 séculos depois, descobrem a vida íntima desse personagem. Um deles, dando continuidade a lendas surgidas aqui e ali na imensidão do Império Romano, que, afinal, foi destruído por fora pelos bárbaros, por dentro pelo próprio cristianismo. Jesus seria casado ou amasiado com Maria Madalena, gerou filhos cuja estirpe seria confundida com o cálice cheio de sangue "divino", em cuja busca foram criadas lendas paralelas.

Sem nenhuma autoridade, semana passada um cantor pop descobriu que Jesus, entre outras coisas maravilhosas, era gay. Fica difícil conhecer o roteiro de pesquisas que levaram o cantor a tal descoberta.

Limitado em sua natureza humana, Jesus seria um judeu religioso, tendo como norma de sua vida terrena a lei fundamental dos judeus, que passou para os cristãos: os dez mandamentos, entre os quais o sexto, que prega a castidade. A homossexualidade é condenada no Antigo Testamento, e o novo, a partir do próprio Jesus, estendeu a mesma condenação.

O conceito e a prática do homossexualismo é hoje um tema moderno, e os seus praticantes mais radicais procuram retroagir na história, levando para a sua grei um personagem que, mesmo despojado de sua natureza divina, foi, como homem, um seguidor do código mosaico.

Um cantor pop tem o direito de ser analfabeto, comprometendo-se apenas a justificar a sua preferência sexual com exemplos tirados da história. Tarefa inútil, pois muitos dos grandes vultos da crônica humana foram homossexuais assumidos ou não. E daí?

Tendo como base frases isoladas dos evangelhos que falam sobre o amor dos homens, sem qualquer autoridade no campo da erudição, alguns homossexuais como que ainda têm vergonha de serem o que são e apelam para exemplos que ninguém pediu nem se guiou por eles.
Como natureza divina, como creem os cristãos, Jesus não pode ser julgado por conceitos humanos. Como homem, tem interpretadores bem mais capazes e isentos para falar dele.

Fonte: Folha de São Paulo