Inicial

terça-feira, 24 de março de 2009

Ecce ancilla Domini, regra de vida de Maria

O abandono a Deus e à vontade divina é também a regra de vida de Maria e nós vemo-la na perturbação e na dúvida fixar-se nesta disposição: "Eis a serva do Senhor, que me seja feito como Vós quereis". Estas palavras exprimem o abandono, a docilidade à graça, a conformidade à vontade divina, o sacrifício e a imolação.

Com esta resposta, pelo seu consentimento, Maria aceitava a dignidade e a honra da maternidade divina, mas ao mesmo tempo também os sofrimentos, os sacrifícios que a ela estavam ligados. Declarava-se pronta a cumprir a vontade de Deus em tudo como seu serva.

Era como um voto de vítima e de abandono. Esta disposição é a mais perfeita, é a fonte dos maiores méritos e das melhores graças. Maria proclamou-o ela mesma no seu Magnificat: a minha alma louva o Senhor, porque olhou com favor a humildade da sua serva. - Deus teve complacência nesta disposição de Maria. Ela acrescentava: Todas as gerações me proclamarão bem-aventurada.
Durante a sua vida mortal, poucas pessoas a disseram bem-aventurada, excepto Isabel e aquela mulher que ergueu a voz no meio do povo, e à qual Jesus respondeu: Bem-aventurados são aqueles que escutam a minha palavra e que a praticam.

A felicidade de Maria durante a sua vida mortal era o sacrifício com Jesus, por Jesus e pelas almas. Ela não era, tal como o seu Filho, senão um objecto de desprezo, de humilhação e de ignomínia por parte dos inimigos de Deus. Para aqueles que estavam bem dispostos, ela era um objecto de compaixão e de piedade. O Ecce ancilla era a disposição do seu coração em todos os sacrifícios que teve de fazer: quando da Apresentação no Templo, quando ofereceu o seu Filho em sacrifício e escutou a profecia do velho Simeão; na fuga para o Egipto e assim sucessivamente, em tudo e sempre, até aos pés da cruz do seu Filho moribundo. Do mesmo modo para o resto da sua vida, ela consentiu em ser a mãe da Igreja nova fundada no sangue do seu Filho.

A sua graça e os seus méritos aumentavam sempre pela sua fiel cooperação, pela sua pureza, pelo santo e perfeito amor com o qual ela cumpria a sua missão que se tornara a sua.

0 comentários: